NAZISMO É CRIME

Neonazistas presos em Santa Catarina agora são réus; veja acusação

Informação foi divulgada no início desta semana pelo Ministério Público estadual; Bando participava de encontro anual

Nazistas presos em Santa Catarina têm identidades reveladas.Laureano Vieira Toscani (esq), Saiuri Reolon (cen) e João Guilherme Correa (dir)Créditos: Reprodução/TV Glovo / Divulgação / Divulgação
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Os oito neonazistas presos em 14 de novembro em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina, finalmente foram tornados réus sob a acusação de “associação para o fim específico de cometer crimes, de praticar, induzir ou incitar a discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A informação foi divulgada na última segunda-feira (12) pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

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De acordo com a investigação o grupo participava de um encontro anual da célula a qual fazem parte com o objetivo de cultuar o nazismo. O advogado Luís Eduardo de Quadros, que defende os neonazistas, disse à imprensa que emitirá uma nota pública nesta terça-feira (13), mas até a publicação desta matéria a nota ainda não havia sido publicada.

A ação da qual os neonazistas são réus é movida pela 40ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, Florianópolis, e é especializada em crimes de ódio e racismo. Foi confirmada por eles a informação preliminar da Polícia Civil de que a cidade de São Pedro de Alcântara teria sido a escolhida para o encontro por se tratar da primeira colônia alemã estabelecida no Estado, em 1829.

Além disso, os fundamentalistas ostentam tatuagens que confirmam a idolatria a Adolf Hitler e ao nazismo, e mensagens que podem configurar crimes de ódio foram encontradas em seus celulares e computadores.

A prisão

Os oito neonazistas foram presos em 14 de novembro, segunda-feira, em sítio no município de São Pedro de Alcântara, na região metropolitana de Florianópolis, após operação da Polícia Civil que desbaratou encontro ilegal entre diferentes células. Três dias depois de serem presos, outros neonazistas retaliaram ameaçando promover uma chacina em mostra de cultura haitiana realizada em Itajaí (SC) que ocorreu na semana seguinte. Felizmente, as ameaças não se concretizaram.

Os presos têm entre 22 e 48 anos. O delegado Arthur Lopes, responsável pela operação, disse à imprensa na ocasião da operação que a polícia apreendeu equipamentos eletrônicos e que outro mandado de busca de apreensão teria sido cumprido no município de Florianópolis.

Os oito presos

Entre os presos está Laureano Vieira Toscani, com farto histórico de crimes de ódio, muito anteriores à onda atual, vinculada à ascensão de Jair Bolsonaro (PL). Laureano foi processado por tentativa de homicídio e condenado por  atacar um grupo de judeus nas ruas de Porto Alegre. O caso ocorreu em 2005. Ele ainda é julgado por tentativa de homicídio a um segurança negro, ocorrida em 2009, mas o processo ainda não foi concluído. O nazista cumpria pena no momento de sua prisão, e usava a tornozeleira eletrônica que o monitorava.

Saiuri Reolon, que aparece em fotografias sem camisa, portanto armas e fazendo saudações hitleristas diante de uma bandeira nazista, vive em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Ele seria empresário do setor têxtil e tem antecedentes criminais por lesão corporal, homofobia e ameaças.

Outro preso é João Guilherme Correa. O personal trainer paranaense chegou a ser denunciado por duplo homicídio por conta de disputas internas entre os fundamentalistas neonazistas de extrema-direita da região metropolitana de Curitiba.

Gustavo Humberto Byk é natural de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele tem passagens por preconceito religioso. Também foi preso o vigilante Julio Cezar de Souza Flores Junior que tem passagens por receptação e porte de arma de fogo no Rio Grande do Sul; Igor Alves Vilaca Padilha, engenheiro de Minas Gerais, é supostamente dono de um escritório de contabilidade; Miguel Angelo Gaspar Pacheco é natural de Portugal e morador de São José, na região metropolitana de Florianópolis, onde atua como empresário; e Rafael Romann é catarinense radicado no Paraná.

*Com informações do G1.