COAÇÃO ELEITORAL NO TRABALHO?

Por voto em Bolsonaro, empresa do Paraná ameaça trabalhadores com demissão

Em documento oficial divulgado, a Concrevali, empresa da construção civil, afirma que pode demitir pelo menos 30% dos funcionários se Lula ganhar e “diretrizes econômicas” mudarem

Sede do MPT no ParanáCréditos: Divulgação/MPT-PR
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A empresa paranaense do setor de construção civil, Concrevali, ameaçou seus funcionários com a demissão de 30% do quadro caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito em 30 de outubro.

Em comunicado oficial que circulou internamente, a empresa diz já teve parcerias rompidas após o resultado do primeiro turno, em que Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) se habilitaram para a disputa em segundo turno. À Folha, representantes da empresa também afirmaram que não teriam a intenção de intimidar os funcionários.

“Diante da atual instabilidade política e possível alteração de diretrizes econômicas no Brasil após os resultados prévios do pleito eleitoral deflagrado em 2 de outubro e, em se mantendo este mesmo resultado no 2º turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária e o número de colaboradores para o próximo ano em pelo menos 30%, consequentemente o que afetará o nosso poder de compra e produção, desencadeando uma queda significativa em nossos números”, diz o documento.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Paraná abriu um inquérito civil sobre o caso. Na próxima terça-feira (11) está marcada uma audiência para ouvir a empresa.

A Constituição Federal garante o direito à liberdade de voto, protege a liberdade de consciência, de expressão e de orientação política, assegurando a todos o livre exercício da cidadania por meio do voto direto e secreto. Levando esses direitos em consideração, o presidente nacional da CUT Sérgio Nobre alertou os sindicatos, quando as campanhas políticas ainda começavam, para que atuem nessa frente.

“Todo trabalhador e trabalhadora têm o direito de escolher livremente seu candidato e esse direito não pode ser violado por nenhum patrão, os sindicatos precisam combater e denunciar o assédio e a coação eleitoral no local de trabalho”, afirma Sérgio Nobre.

*Com informações da Folha.