QUEDA DE AERONAVE

Avião cai em São Paulo e mata casal; Brasil enfrenta alta no número de acidentes aéreos

Com 23 quedas de aeronaves e 11 mortes em 2025, especialistas alertam para falhas mecânicas e pedem mais fiscalização na aviação de pequeno porte

Avião cai em São Paulo e mata casal; Brasil enfrenta alta no número de acidentes aéreos.As vítimas eram Nelson José Ponzoni, de 77 anos, e Vivien Neide Barbosa Bonafer Ponzoni, de 74 anos, um casal que morava em São Paulo e tinha uma casa de veraneio na região. Créditos: Fotomontagem Redes Sociais
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Um avião de pequeno porte caiu na manhã deste sábado (15) em Quadra, no interior de São Paulo, resultando na morte de duas pessoas. A aeronave, de propriedade particular, havia decolado do Clube de Voo Aeroquadra (SIVQ) e realizava um voo panorâmico pela região quando sofreu o acidente.

O monomotor caiu em um canavial próximo à Estrada Municipal Zulmira Coelho Miranda de Oliveira, que liga Quadra a Tatuí, por volta das 11h30 da manhã. Equipes de resgate foram acionadas e encontraram a aeronave em chamas.

Os bombeiros confirmaram que as vítimas eram Nelson José Ponzoni, de 77 anos, e Vivien Neide Barbosa Bonafer Ponzoni, de 74 anos, um casal que morava em São Paulo e tinha uma casa de veraneio na região. Nelson, ex-piloto da Varig e Vasp, era conhecido no setor da aviação, enquanto Vivien era psicóloga e professora. O casal deixa três filhos.

Segundo relatos dos socorristas, o piloto tentava realizar um pouso de emergência no momento do acidente. Imagens registradas logo após a queda mostram fogo e densa fumaça no canavial, com bombeiros trabalhando para conter as chamas.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) enviou técnicos do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV) para analisar o caso. A equipe irá coletar informações e preservar peças da aeronave para tentar determinar as causas do acidente.

Veja o local do acidente

Alta de acidentes aéreos preocupa autoridades

O caso em Quadra se soma a uma sequência preocupante de acidentes aéreos no Brasil. Em 2025, o país já registrou 23 quedas de aeronaves, resultando em 11 mortes. Isso representa uma média de um acidente a cada dois dias, de acordo com o Cenipa.

Entre os casos recentes, destacam-se:

  • 7 de fevereiro: Um avião King Air F90 caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, em São Paulo. A aeronave colidiu com um ônibus, deixando duas vítimas fatais e seis feridos.
     
  • 10 de fevereiro: Uma aeronave de pequeno porte caiu próximo à Praia da Barra do Cahy, em Cumuruxatiba (BA). O empresário mineiro Fredy Tanos morreu no acidente, enquanto o piloto Mário Alessandro Gontijo de Melo sobreviveu.
     
  • 15 de fevereiro: O acidente fatal em Quadra (SP), que vitimou Nelson e Vivien Ponzoni.

Estatísticas e principais causas dos acidentes

Segundo o Cenipa, a maioria dos acidentes envolve aeronaves de pequeno porte, utilizadas principalmente em operações privadas ou agrícolas. As causas mais comuns incluem falha mecânica, erro humano e más condições meteorológicas.

Dados históricos indicam que 20% dos acidentes desde 2015 foram causados por falhas ou mau funcionamento do motor. Em 2024, o Brasil registrou 175 acidentes aéreos, com 152 vítimas fatais—o maior número dos últimos dez anos. O pior ano até então havia sido 2016, com 104 mortes.

Os estados com mais ocorrências em 2025 são:

  • São Paulo e Minas Gerais: 4 acidentes cada
     
  • Mato Grosso: 3 acidentes
     
  • Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul: 2 acidentes cada
     
  • Roraima, Pará, Maranhão e Santa Catarina: 1 acidente cada

Especialistas cobram mais fiscalização e treinamentos

Diante do aumento de acidentes, especialistas recomendam intensificação da fiscalização e manutenção preventiva das aeronaves, especialmente as de pequeno porte. A capacitação contínua dos pilotos e a adoção de protocolos rigorosos de segurança também são apontadas como medidas essenciais para reduzir os incidentes e melhorar a segurança da aviação no Brasil.

O Cenipa segue investigando os casos recentes e deve emitir relatórios detalhados sobre as possíveis falhas que levaram aos acidentes.

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