O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), tentou nesta sexta-feira (6) explicar mais uma vez o motivo da ausência e da indefinição sobre uma participação mais efetiva de Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha para tentar permanecer no comando da capital paulista.
O padrinho político de Nunes vem tendo uma atuação tímida e ambígua, comportamento que tem causado embaraços ao emedebista.
O motivo para a insistência dos jornalistas em perguntar sobre a participação do ex-presidente na corrida eleitoral municipal tem um motivo de ser: a dubiedade e a indecisão demonstradas pelo líder da extrema direita em aparecer no palanque de Ricardo Nunes.
“O Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo] esteve com o presidente Bolsonaro antes de ontem e conversou com ele. Bolsonaro estará em São Paulo amanhã, no sábado (7) e vou ter uma conversa com ele para definir a participação, gravação de programa, participação de agenda”, explicou o prefeito.
Enquanto Nunes reforça e reafirma ter o apoio incondicional de Bolsonaro, o ex-presidente dá sinais dedistanciamento. O líder da extrema direita chegou a admitir durante uma entrevista que o emedebista não seria o seu “candidato dos sonhos” em São Paulo para depois elogiar um dos principais adversários de Nunes, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB).
“Esse apoio mais explícito não parte de mim e ponto final. Está muito cedo para eu entrar massivamente na campanha dele [Nunes], pode ser que tenha que esperar um pouco mais”, disse Bolsonaro a jornalistas após um ato de campanha do candidato à prefeitura de Belo Horizonte (MG), o Bruno Engler (PL).
Ao ser questionado sobre o que achava da afirmação feita pelo seu principal cabo eleitoral, o prefeito hesitou e, com um sorriso amarelo no rosto, respondeu: “Não sabia dessa entrevista dele em Minas Gerais. Bom, amanhã nessa reunião iremos sentar e conversar o que eu tenho de certeza absoluta é que ele é uma pessoa de muita palavra e que tem um compromisso.”
Nunes relembrou que o candidato a vice-prefeito da sua chapa é o coronel aposentado Ricardo Mello Araújo (PL), ex-PM e nome imposto pelo ex-presidente ao MDB para que o PL embarcasse na aliança de partidos que apoia a reeleição do prefeito.
AGENDA DE CAMPANHA
A campanha do atual prefeito de São Paulo realizou um ato com a presença de Ricardo Nunes no terreno onde será construído o Parque do Bixiga, na região central da cidade. Mais cedo na sede da prefeitura, o prefeito assinou a criação do parque e a desapropriação do local, comprado pelo município junto ao Grupo Silvio Santos por
R$ 64.379.100,13.
O ato esvaziado foi acompanhado por um público majoritariamente formado por integrantes da gestão – como secretários municipais, assessores e funcionários da prefeitura –, equipe de campanha do MDB, pessoal contratado para gritar palavras de apoio e ostentar bandeiras com a imagem do candidato, além de jornalistas.
Alheios ao que acontecia, um grupo de integrantes do Teatro Oficina Uzina Uzona – fundado pelo diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (30/03/1937 - 06/07/2023) – realizava um mutirão de limpeza para a retirada do lixo acumulado no terreno.
A área que será destinada à construção do novo espaço verde de lazer da cidade fica ao lado da sede do Teatro Oficina. Tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) desde 1981, o edifício foi projetado pelos arquitetos Lina Bo Bardi e Edson Elito.
Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, será promovido um concurso arquitetônico público para definir o projeto do parque, que deverá ser lançado até o final do mês. A estimativa é que a nova área de lazer seja inaugurada até o final de 2025.