Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo e aspirante à reeleição, voltou nesta terça-feira (10) a tentar justificar um novo bolo que recebeu do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), que adiou a sua participação nos dois primeiros atos políticos ao lado do emedebista. O principal padrinho eleitoral de Nunes vem tendo participação tímida – para não dizer nula – na campanha do candidato e, como tudo indica, o cenário deverá permanecer igual.
"O presidente Bolsonaro está com uma gripe bastante forte. Ele me mandou um áudio até tossindo. Ele está hoje em Registro [cidade do interior paulista] com o coronel Mello Araújo (PL), que é o meu candidato a vice, que está lá com ele para poder ajustar essa questão da agenda", explicou Nunes sobre a ausência do padrinho político em eventos marcados para esta semana.
Mesmo com a máquina pública nas mãos, o atual prefeito da capital paulista e seus assessores de campanha ainda não conseguiram ver a vantagem frente aos demais candidatos se materializar em intenções de votos.
A campanha de Nunes apostava que o horário eleitoral de rádio e TV – iniciado em 30 de agosto – marcaria a arrancada definitiva do candidato no pleito municipal, mas isso também não aconteceu. Dos 10 minutos diários de propaganda para prefeito, o emedebista tem 6 minutos e 30 segundos.
O Instituto Datafolha divulgou, na quinta (5), a primeira sondagem de intenção de votos após o início do horário eleitoral obrigatório. Segundo o levantamento, Guilherme Boulos (PSOL), com 23%, Pablo Marçal (PRTB), com 22%, e Ricardo Nunes (MDB), com 22%, aparecem tecnicamente empatados em primeiro lugar.
Bala de Prata
A bala de prata da coligação que apoia a reeleição do atual prefeito é a participação efetiva de Bolsonaro na campanha para tentar barrar o crescimento de Marçal, apoiado por bolsonaristas mais radicais. Nunes aposta todas as suas fichas e, semana após semana, tem atacado o ex-coach e respondido diariamente quando e como o líder da extrema direita entrará de corpo e alma na corrida eleitoral paulistana.
"O ideal, de acordo com a organização da campanha, é que Bolsonaro tenha uma presença um pouco mais intensa mais para o final [do primeiro turno]. Mas como faltam 26 dias, talvez ele participe nos últimos 15 dias", completou o prefeito sem divulgar datas.
Antes da manifestação convocada por bolsonaristas para a avenida Paulista, no último sábado (7), feriado da Independência do Brasil, o ex-presidente afirmou a jornalistas em Belo Horizonte (MG) que a participação na campanha de Nunes "poderia ficar para depois".