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VÍDEO: Ricardo Nunes gagueja após ser desmentido ao vivo na GloboNews sobre contratos com o PCC

Prefeito se enrolou ao ser questionado por Julia Duailibi sobre contratos da prefeitura com empresas de ônibus supostamente envolvidas com o crime organizado

Ricardo Nunes em sabatina na GloboNews.Créditos: Reprodução
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O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), chegou a gaguejar após ser desmentido ao vivo pela jornalista Julia Duailibi em sabatina na GloboNews na noite desta terça-feira (27). 

Nunes foi perguntado sobre o fato da prefeitura da capital paulista manter contratos com empresas de ônibus cujos sócios teriam ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As suspeitas vieram à tona através do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que em entrevista no mês de abril acusou a prefeitura de “negligência” pelos contratos com as empresas de transporte investigada, sugerindo que o prefeito fizesse uma "pesquisa rápida no Google", pois isso já daria conta de mostrar as supostas relações de donos dessas empresas com o crime organizado.

Na sabatina, Ricardo Nunes afirmou que é "o maior interessado" na investigação e se comprometeu a romper os contratos com as empresas caso as relações com o PCC sejam confirmadas. O prefeito disse, ainda, que foi a própria prefeitura que pediu a abertura da investigação ao MP. "Eu estou te afirmando aqui, te dou minha palavra, pode perguntar pra ele [o promotor Lincoln Gakiya]", declarou Nunes.

Foi neste momento que Julia Duailibi desmentiu o prefeito: "Nós perguntamos. Ele disse que o MP não foi provocado pela prefeitura. Que a investigação nasceu deles próprios"

Nunes, por sua vez, se enrolou e gaguejou ao tentar dar a resposta. Assista abaixo: 

PCC no transporte de SP 

Em abril deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) prendeu quatro dirigentes de empresas de ônibus da capital paulista acusados de ligação com o PCC.

O grupo, segundo o Ministério Público, usava as empresas Transwolff e UPBus - que prestam serviços de transporte coletivo nas Zonas Sul e Leste da capital - para lavar dinheiro do tráfico de drogas da facção criminosa.

O prefeito Ricardo Nunes precisou nomear dois interventores da SPTrans, que estão trabalhando na direção e operação das duas empresas.

Segundo a denúncia do Gaeco à Justiça, a Transwolff e a UPBus receberam mais de R$ 5,3 bilhões da prefeitura desde 2015, ano da assinatura dos primeiros contratos de concessão com a SPTrans, para operação de linhas de ônibus nas Zonas Sul e Leste da cidade.