O padre Julio Lancellotti, de 75 anos, responsável pela Pastoral do Povo da Rua, precisou enfrentar a hostilidade de agentes da GCM de São Paulo na tarde desta terça-feira (9), ao cobrar da Prefeitura da capital paulista a abertura antecipada do atendimento para cadastro nos abrigos emergenciais públicos, já que a população sem-teto estava debaixo de chuva esperando o início do serviço.
De bengala na mão, o sacerdote, alvo predileto da extrema direita bolsonarista na maior metrópole do país, instou um guarda-civil a se acalmar e tratar os cidadãos em situação de rua com respeito. Ele não se deixou intimidar e gravou dois vídeos na via pública. A indignação de padre Julio era com o fato de os servidores municipais da área de serviço social estarem esperando as 18h para dar início ao atendimento, enquanto aqueles homens, mulheres e crianças aguardavam no frio e na chuva.
“Essa é a fila de espera do abrigo que a Prefeitura chama de emergencial, e que só começa a atender às 18h, e as pessoas têm que ficar na chuva esperando. Quando está chovendo, será que eles não têm senso de humanidade, e começar a atender essas pessoas na hora que eles precisam? Tem que esperar todo mundo ficar molhado, doente, ficar esperando as seis da tarde? Essa cidade tem que ser humana, chega de desumanidade!”, diz o padre, indignado.
Veja os vídeos do padre Julio Lancellotti defendendo os sem-teto: