SEM PLANO

Datena assume não ter plano pra Cracolândia: "só Deus para resolver"

Pré-candidato tenta escapar de questão e fala em plebiscito para internação compulsória

Datena em sabatina UOL/FolhaCréditos: Reprodução/Twitter
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Em sabatina ao UOL/Folha nesta terça-feira (16), o pré-candidato a prefeito de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) anunciou que não tem um plano para que sua prefeitura resolva o problema da Cracolândia.

Questionado sobre o tema, Datena abriu com: "Para resolver o problema da Cracolândia, eu vou nomear a Deus como secretário de segurança pública, porque só Deus para resolver o problema da Cracolândia".

Depois, instado a dar uma resposta mais assertiva sobre o tema, o tucano acabou fugindo da questão, sugerindo que a solução do problema é de competência do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) através da Polícia Civil.

"Cracolândia é uma coisa que todo prefeito diz que vai resolver, mas não resolve. Primeiro, tem que ter ação de polícia judiciária, de polícia civil. Polícia civil quem é? A polícia que faz a investigação. Por que existe Cracolândia?", questionou.

"Como é que você faz a droga não chegar ao centro de São Paulo? Você tem que ter investigação de quem são os verdadeiros barões do crime. O PCC fatura milhões com a Cracolândia. Parece uma coisa simples, fatura milhões com a Cracolândia. Então, você impedindo que a droga chegue ao traficante pé-de-chinelo que ali distribui a droga, você já resolve boa parte do problema", afirmou.

Contudo, Datena não apresentou propostas factíveis no âmbito da prefeitura para o tema, citando apenas o diálogo com Tarcísio como ferramenta.

Plebiscito?

Questionado se promoveria formas de solucionar a situação através de internações, Datena afirmou que seria necessário fazer um "plebiscito", com "notáveis", para dcidir se é possível internar pesoas sem o seu consentimento.

"A lei diz que não se pode internar compulsoriamente alguém, eu sou a favor de tentar fazer um plebiscito para mudar a lei. Fazem plebiscito para tudo aqui nesse país Por que não fazem um plebiscito para ver se pode mudar a lei?", disse.

Na história, o Brasil teve poucos plebiscitos e referendos, com o mais recente tendo ocorrido há cerca de 10 anos em Campinas para temas de divisão administrativas. O último referendo em temas de lei foi a consulta sobre o estatuto do Desarmamento, há 19 anos.

Além disso, Datena afirmou que é contra as grades implementadas pela prefeitura, afirmando que o prefeito Ricardo Nunes criou "guetos" típicos da "época do nazismo".