ELEIÇÕES 2024

Preocupado com possível abandono, Nunes critica traição de Milton Leite e promete pressionar União Brasil

Partido da base de apoio do prefeito na Câmara de São Paulo pode desembarcar do governo e da chapa formada para a disputa das eleições

Ricardo Nunes e Milton Leite.Créditos: Marcelo Camargo/Governo de São Paulo
Por
Escrito en BRASIL el

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou nesta quinta-feira (11) o ato de traição do seu aliado político e amigo pessoal, o vereador Milton Leite (União Brasil), que ameaçou desembarcar do governo junto com o seu partido e abandonar a chapa de apoio à reeleição de Nunes. O emedebista revelou ter recebido com "muita surpresa" as declarações "negativas" do presidente da Câmara Municipal.

Ricardo Nunes disse acreditar que a boa relação com o presidente nacional da União Brasil, Antônio Rueda, seria a garantia de apoio prometido à sua pré-candidatura. "A única coisa que precisa ser esclarecida é porque o Milton Leite fez declarações pela imprensa e não falou comigo", comentou o prefeito.

A aliança política que era dada como certa para as eleições de 4 de outubro até há uma semana passou a ser considerada sob ameaça após uma entrevista concedida pelo presidente da Câmara dos Vereadores. Leite revelou a jornalistas que a relação dele com Ricardo Nunes estava “péssima” e deu prazo até 14 de julho para que o prefeito renove a sua aliança para não ser abandonado. O cacique da União Brasil em São Paulo, contudo, não contou o motivo que teria levado ao desentendimento. 

"Achei estranho ele falar pela imprensa. Não é um hábito dele. Nós temos uma relação muito boa, de muita cordialidade e de muito respeito. Acho que falar pela imprensa não é positivo, não é bom", avaliou o prefeito, dando a entender que não compreendeu o motivo para o ato de traição do amigo e apoiador.

Mensagens e e-mails interceptados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) indicam a proximidade entre o vereador Milton Leite e diretores da empresa de ônibus Transwolff, que são investigados por lavagem de dinheiro e associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

*Julio Costa Barros é jornalista