"AJUDA FINANCEIRA"

Caso Porsche: família de motorista está indignada com oferta de 1 salário mínimo

Enquanto empresário pagou R$ 500 mil de fiança, ofereceu à família um 'valor irrisório como ajuda de custo', protesta a defesa do trabalhador

Playboy do Porsche ofereceu 1 salário mínimo como 'ajuda financeira' à família.Créditos: Oslaim Brito Thenews2 Folhapress/Polícia Civil
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A família de Ornaldo da Silva Viana, motorista morto por Fernando Sastre de Andrade Filho, dono de Porsche que atropelou o trabalhador, recebeu com "repúdio e indignação" a oferta de um salário mínimo mensal como "ajuda financeira" pela defesa do empresário. 

"Diante da barbárie a que foi vítima o trabalhador e exemplar pai de família, a família vem manifestar repúdio e indignação", afirma a nota divulgada pelo advogado José Luiz Sotero.

A defesa ofereceu R$ 1.412 como "ajuda financeira" para a família, enquanto pagou R$ 500 mil de fiança para garantir a liberdade de Fernando, que matou o empresário enquanto percorria em alta velocidade uma avenida de São Paulo, no dia 31 de março.

"Não podemos esquecer que se trata da execução brutal de um trabalhador, que foi morto enquanto trabalhava para levar o sustento a sua família", diz um trecho da nota.

Na petição dos advogados do empresário protoclada nesta quinta-feira (11), eles afirmaram que, como os familiares têm divulgado à imprensa que sofrem dificuldades financeiras, Fernando estava oferecendo a ajuda financeira. 

“Sensíveis ao momento, reiteram aqui o manifesto intento colaborativo, com uma ajuda financeira mensal no importe de 1 salário mínimo, ao qual se dispõem a depósito em conta a ser fornecida pelo defensor constituído dos familiares”, afirma o documento.

A defesa de Ornaldo finaliza a nota reforçando "a confiança no trabalho da força policial, membros do Ministério Público e Judiciário, em representar os anseios da família e da sociedade, voltando suas atuações para elucidação dos fatos e aplicação de penalidades aos responsáveis de forma exemplar nos termos da lei”.

Relembre o caso

No dia 31 de março, Fernando Sastre de Andrade Filho atropelou o carro do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana enquanto percorria, a  250km/h, seu Porsche na Avenida Salim Farah Maluf, em São Paulo. O motorista morreu na hora, enquanto o empresário saiu da cena do crime levado pela mãe e com o aval da polícia. 

Ele ficou foragido por mais de 24h após a mãe não aparecer com ele nem ao hospital nem à delegacia, como havia dito que faria aos policiais. Após se entregar, ele pagou uma fiança de R$ 500 mil e deixou o local, em uma BMW.

De acordo com as últimas investigações, com base no relato do amigo de Fernando, sua namorada e testemunhas, o motorista ingeriu nove drinks antes de dirigir.