Movimentos sociais que lutam contra a violência policial e a ocorrência de dezenas de massacres nas últimas décadas se somaram a organizações estudantis e a figuras de esquerda, e tomaram as ruas do centro de São Paulo no início da noite desta quinta-feira (3) em protesto contra a Chacina do Guarujá, ainda em curso, que já deixou 16 vítimas fatais em comunidades do município do litoral paulista.
A concentração do ato foi em frente à sede da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, próxima ao Largo São Francisco. O protesto contou com cerca de 500 manifestantes e fez duas críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se disse “extremamente satisfeito” com a ação da Polícia Militar quando ainda era contada apenas a metade das vítimas fatais que já se tem notícia.
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“Estamos vendo o terrorismo de Estado”, declarou a vereadora Luana Alves (Psol), de cima do carro de som que acompanhou a mobilização.
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À Folha, uma estudante de 23 anos disse ter comparecido para que haja mais respeito em relação às pessoas negras. Apontou para a sede da secretaria e disse: “Isso é um lugar de insegurança, somos nós, negros e negras, que podemos ser mortos nas ruas com um tiro a qualquer momento”.
A Chacina do Guarujá
- A Operação Escudo foi deflagrada na última sexta-feira (28) e contou com 3 mil policiais de 15 batalhões diferentes;
- A ação foi uma resposta ao assassinato do soldado Patrick Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), na quinta-feira anterior (27);
- De acordo com relatos de moradores divulgados pela imprensa, policiais ameaçaram matar mais de 60 pessoas para vingar o colega. Além disso, pelo menos uma das vítimas chegou a ser torturada antes de vir a óbito;
- Na segunda-feira (31), Tarcísio deu uma coletiva de imprensa em que disse estar “extremamente satisfeito com a ação” da Polícia Militar que naquele momento já tinha registrado 8 mortos oficialmente;
- “Há de se ter um respeito com a instituição, com a polícia. Sem ordem a gente nunca vai ter progresso”, afirmou Tarcísio logo no início da coletiva;
- “A polícia é extremamente profissional e sabe usar a força quando necessário. A partir do momento que é hostilizada, que a autoridade policial não é respeitada, há o confronto. Não podemos sucumbir às narrativas”, completou o governador quando questionado sobre as mortes.
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