Uma nova modalidade de golpe e ação criminosa, que envolve viatura clonada da Polícia Civil e policiais falsos, tem aterrorizado bairros nobres de São Paulo como Jardins, Moema, Itaim Bibi e Morumbi. Basicamente funciona da seguinte maneira: a viatura estaciona diante da portaria de um condomínio de luxo e os dois “policiais” descem trajados apresentando um falso mandado de busca e apreensão ou de prisão contra algum morador. Caso a estratégia dê certo, os criminosos ganham acesso ao local para praticar roubos.
O último caso registrado foi na segunda-feira (3), nos Jardins. As imagens de segurança do condomínio capturaram a tentativa da dupla em se passar por policiais. Os dois fazem exatamente aquilo que foi descrito, no entanto recebem uma negativa da segurança do local, voltam para a falsa viatura e vão embora. Com distintivos e uniformes perfeitos, os falsos policiais desistiram da ação quando o funcionário informou que chamaria um desembargador que mora no local para atendê-los.
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As imagens acompanharam um alerta sobre a ação dos criminosos no grupo de WhatsApp do condomínio e o conteúdo rapidamente se espalhou para grupos de moradores de bairros vizinhos. De acordo com relatos registrados na imprensa, os moradores da região estão em estado de alerta.
Também através das imagens foi possível identificar que a falsa viatura foi clonada com o número de patrimônio do 70º DP da Vila Ema, na Zona Leste da capital paulista. De acordo com a polícia, o Palio Weekend clonado apresenta algumas diferenças para uma viatura original. Entre eles o próprio número de patrimônio que só está presente na lateral do veículo, enquanto que nas originais aparecerá em outras partes também. As cores da roda e a fixação do giroflex também variam. Além disso, o 70º DP anunciou que irá manter a viatura original na garagem enquanto a clonada não for apreendida e os falsos policiais presos.
Rodrigo Salles, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) dos Jardins, revelou ao portal Metrópoles que a região já registrou 22 casos semelhantes entre 2017 e 2019, quando os bandidos fingiam ser policiais federais a serviço da Operação Lava Jato. Ele ficou sabendo sobre as novas tentativas na última terça (4) e afirma que desde 2019 não havia tido tais registros. Como meio de se defender, os porteiros da região foram orientados e só permitir a entrada de policiais após comunicar a operação ao síndico, anotar informações funcionais dos agentes e, caso suspeitem de algo, terá de ligar ao 190.