Uma mulher de 26 anos procurou a Polícia Civil de Minas Gerais há 3 anos quando teve sua conta uma rede social invadida. Conforme lhe foi orientado, ela bloqueou os acessos à conta e, a partir de então, passou a receber mensagens de uma conta anônima que exigia o fim do bloqueio em troca de manter suas fotos íntimas em sigilo. Caso ela não colaborasse, as imagens seriam divulgadas para sites pornográficos e nas redes sociais.
A vítima, por alguma razão, soube lidar com as ameaças ao longo do tempo. Conforme os áudios publicados pela própria polícia, mesmo preocupada com a invasão de privacidade, conseguiu suportar a pressão do autor.
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“E aí, delícia? Tá esquecida de mim, mas não esqueci de você. Podemos voltar a negociar ou vai continuar a fingir que tá de boa? Agora vamos começar as divulgações no Twitter, Instagram, Facebook, o que você acha? (SIC)”, diz o suspeito em um dos prints divulgados pela polícia.
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“Fica tranquila que ainda não está no ar, porque não compartilhei no público, tá no privado, mas poderia estar na rede. E aí? Vai me presentear? Ou posso compartilhar pra geral (SIC)”, diz outra mensagem do homem.
Até aí, a cena parecia ser a de um crime cibernético comum. Mas ao longo de 3 anos de investigação, em dado momento, a polícia descobriu que o autor das ameaças era o próprio cunhado da mulher. Ele foi ouvido no último mês de maio, mas não foi preso.
Uma medida protetiva contra ele foi pedida junto à Justiça. Mas isso não adiantou para que as ameaças e perseguições cessassem.
De acordo com a investigação, após ser ouvido, o suspeito começou a tomar maiores precauções digitais para cometer os crimes. “Quando denunciado como possível autor, passou a deletar e alterar dados e páginas que usava para cometer os crimes”, afirma Gabriel Teixeira da Silva, delegado responsável pelo caso.
Após algumas semanas, uma nova denúncia semelhante fez com a polícia pedisse a prisão do homem, que trabalha como auxiliar de enfermagem e, de fato, o prendesse na última sexta-feira (30). Dessa vez, a chantagem por meio de fotos íntimas foi praticada contra a irmã mais nova da vítima anterior, que tem 20 anos. Segundo as investigações, ela chegou a ter três imagens íntimas compartilhadas pelo autor quando ainda estava com 17 anos.
Como forma de manter o anonimato das vítimas, as autoridades não deram maiores informações a respeito das próprias vítimas, do suspeito ou sobre os crimes pelos quais deve ser denunciado. As investigações ainda não foram concluídas.