Subiu para 40 o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo no último final de semana, as maiores já registradas em todo o Brasil. De acordo com o governo do Estado, a região viu um acúmulo de chuvas de 682 milímetros em Bertioga e 626 em São Sebastião, nos casos mais graves. As cifras são muito superiores ao registrado em Petrópolis (RJ) no ano passado, que girou em torno dos 530 milímetros em período correspondente, até então o recorde nacional.
Ainda foram registrados em Ilhabela 337 milímetros de chuva, em Ubatuba 335 mm e em Caraguatatuba 234mm. Os milímetros se referem a quantidade de um litro de chuva por metro quadrado. No caso mais brando, de Caraguatatuba, teriam caído em média 234 litros de água por metro quadrado. É muita água. Para termos uma noção, uma chuva considerada moderada pode ter de 2,5mm a 10 mm e uma chuva forte de 10mm a 50mm.
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No município de São Sebastião foram confirmadas 39 das 40 mortes; duas confirmações novas desde o último informe. A outra vítima foi uma criança de 7 anos que morreu após deslizamento em Ubatuba.
A maior parte das vítimas, ao menos 31 delas, faleceu na Vila do Sahy, comunidade localizada na encosta do morro de frente para a famosa praia da Barra do Sahy, onde um desabamento atingiu aproximadamente 50 casas. O Instituto Verdescola, ONG que atua na região, improvisou um hospital para feridos e esteve guardando 24 corpos até a chegada de helicópteros do Exército, a partir das 15h desta segunda-feira, quando os militares começaram a fazer o translado dos corpos. Os pousos têm sido realizados na rotatória que dá acesso à praia.
Também houve desabamentos e inundações nas praias de Juquehy, Camburi e Boiçucanga, onde também há pessoas desaparecidas. Na praia de Toque-Toque Pequeno e na comunidade de Topolândia, no centro de São Sebastião, houve alagamentos, desabamentos de casas e cortes de água e luz.
Em Ilhabela, logo ao lado, a famosa praia da Feiticeira está completamente revirada. Ao todo, seis municípios tiveram decretado o Estado de calamidade pública: São Sebastião, Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba, Bertioga e Guarujá. Este último registrou uma tempestade na quinta-feira (16) que se assemelha a um ciclone bomba. À Fórum, a Defesa Civil de Santos e o ambientalista, geógrafo e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, confirmaram a suspeita de que as chuvas se tratam de um "evento climático extremo", e que pode ser lido como uma consequência prática das mudanças climáticas. O litoral paulista já registrou 1730 desalojados e 766 desabrigados.
Saque calamidade do FGTS
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (20) que irá liberar nos próximos dias os saques calamidade do FGTS para os municípios atingidos pela tragédia: Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba.
Para fazer o saque é preciso acessar o aplicativo do FGTS e cumprir alguns pré requisitos: Ser residente das cidades, ter saldo na conta do FGTS e não ter realizado outro saque calamidade em período anterior a 12 meses. Será possível sacar até R$ 6.220,00 e o trâmite é inteiramente online.
A Caixa ainda aguarda por documentações de alguns municípios para finalizar trâmites referentes à medida. O banco afirmou que está trabalhando para oferecer o saque o quanto antes e que assim que estiver disponível a população poderá solicitar os valores e indicar a conta bancária em que pretende recebê-los.
*Com informações da Folha, Estadão e G1.