A forte tempestade acompanhada de rajadas de vento que atingiu São Paulo na última sexta-feira (3) deixou um total preliminar de 2,1 milhões de pessoas sem energia elétrica. Esse número refere-se a clientes da Enel, a concessionária que presta serviço na capital paulista e em 23 municípios da região metropolitana.
Até a tarde deste sábado (4), a empresa conseguiu restabelecer o serviço para 600 mil usuários. Na cidade de São Paulo, 1,4 milhão de pessoas ficaram sem eletricidade, com 400 mil delas tendo o serviço recuperado. A Enel estima que até a terça-feira (7) toda a rede de energia estará restaurada.
O prefeito Ricardo Nunes, em coletiva de imprensa na sede da Enel, reconheceu a situação como excepcional e atribuiu os desafios enfrentados à questão das mudanças climáticas. Ele informou que houve 618 chamadas relacionadas à iluminação pública, sendo que 133 ainda estão pendentes de atendimento e 99 aguardam o início do atendimento.
No momento, 1.470 profissionais estão envolvidos no trabalho de remoção de árvores, em comparação com os 300 anteriormente mobilizados. Dos 6,5 mil semáforos da cidade, 247 ainda estão desligados devido à falta de energia, e 20 apresentam falhas nos equipamentos.
Em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Enel informou que, das 308 escolas designadas para a aplicação das provas neste domingo (5), 84 tiveram problemas de fornecimento de energia elétrica. A empresa está priorizando o restabelecimento de energia nesses locais e, simultaneamente, mobilizando geradores para lidar com possíveis situações em que a recuperação da energia seja inviável. A empresa ainda está apurando quantas escolas continuam sem energia.
42 cidades paulistas sem luz
O governo do estado de São Paulo também relatou que outras concessionárias de energia, como a CPFL e a EDP, também registraram quedas de energia. Pelo menos 42 municípios, incluindo os atendidos pela Enel, foram afetados pela interrupção de energia no sábado (4).
A tempestade e as rajadas de vento resultaram em seis mortes em São Paulo. A velocidade dos ventos atingiu 151 km/h em Santos e 103,7 km/h na capital paulista, estabelecendo um recorde dos últimos cinco anos. Os serviços de defesa civil e bombeiros receberam mais de 2 mil chamados em 40 municípios do estado, a maioria relacionada a quedas de árvores.
Além disso, a queda na rede elétrica afetou o fornecimento de água. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pediu que os consumidores economizassem água até que a situação fosse normalizada.
A falta de energia impactou instalações e estações elevatórias da companhia, reduzindo os níveis dos reservatórios em diversas regiões da cidade de São Paulo e da Grande São Paulo, incluindo municípios como Itapecerica da Serra, Mauá, Cotia, Santo André, Diadema, Osasco e Barueri.