A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou na segunda-feira (27) um plano de contingência para mitigar os efeitos das ondas de calor no município, que chegou a registrar sensação térmica de 59,7ºC ainda em novembro. As medidas de curto, médio e longo prazo são pensadas para os próximos meses.
O plano prevê que as altas temperaturas e o registro da sensação térmica sejam fatores para a mudança no funcionamento da cidade, que deve disparar alertas pelo Centro de Operações Rio (COR). De acordo com a prefeitura, "a partir de agora, o município do Rio poderá trocar de estágio operacional em dias de maior vulnerabilidade da população ao estresse térmico".
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O chefe-executivo do COR, Marcus Belchior, aponta que o município tem investido em tecnologia de monitoramento das temperaturas: "Acabamos de anunciar um novo radar meteorológico, que será implantado até o final do ano. Compramos também um software de raios que consegue identificar a intensidade das chuvas e o município vem buscando parcerias tecnológicas com grandes empresas nesse monitoramento", conta.
O Rio também terá a abertura de mais de 100 pontos de hidratação distribuídos em clínicas da família e em unidades de saúde para atender toda a população, sobretudo os mais vulneráveis às ondas de calor. Nestes pontos, serão distribuídos água e isotônicos para as pessoas em situação de rua, bem como roupas, chinelos e protetor solar.
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A gente tem mais de 100 pontos preparados para receber essas pessoas para fazer hidratação venosa e oral, nas clínicas da família e centros municipais de saúde distribuídos ao longo da cidade, próximos às áreas mais afetadas pelo calor, principalmente a Zona Norte.
Segundo os dados da rede municipal de saúde, as notificações de doenças causadas pelo calor ou em decorrência das altas temperaturas tiveram um aumento de 51% na semana de 8 a 15 de novembro, se comparada a semana anterior. Os 1.121 registros abrangem diagnósticos de mal estar, fadiga, hipotensão (pressão baixa), efeitos do calor e da luz, síncope, colapso e edema.
O plano dispõe sobre orientações a respeito do atendimento em unidades de saúde devido ao calor por meio do site da prefeitura prefeitura.rio/ondeseratendido ou do aplicativo do Centro de Operações da Prefeitura, o COR.Rio.
O COR sugere que a população esteja atenta aos sinais de estresse térmico:
- Queimaduras na pele;
- Suor excessivo, que pode causar desidratação;
- Insolação, que pode ocorrer na sombra;
- Alterações no metabolismo, como interferência na pressão arterial;
- Ressecamento dos olhos e pele;
- Irritação no nariz, em casos de baixa umidade do ar
Entre outras medidas, o plano também contempla o investimento na ampliação da cobertura vegetal, como a implantação de parques urbanos e reflorestamento. "A gente precisa focar nas áreas que mais sofrem com as ondas de calor, principalmente no verão. Focar na nossa capacidade de arborizar e reflorestar a cidade e como ampliar essa cobertura vegetal, seja por horta ou pela melhoria da qualidade ambiental", afirma a secretária municipal do Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula.
Nosso objetivo é ampliar os corredores verdes da cidade, unificando as unidades de conservação já existentes e criando novas ilhas verdes, que serão os parques que nós estamos implantando, e consolidando cinco áreas de corredores verdes: Centro, Irajá, Bangu, Campo Grande e Pedra de Guaratiba, bairros que mais sofreram com as ondas de calor dos últimos dias.
Em 2024, de acordo com a prefeitura, será lançado o programa "Cada Favela, uma Floresta", com o objetivo de promover a construção de florestas em vinte territórios da cidade, de modo a prevenir e controlar a ocupação em áreas de risco e recuperar áreas degradadas.
A medida deve gerar melhorias no microclima das comunidades e na qualidade do ar e da água, além de incentivar a eficiêcia energética e promover a segurança alimentar, segundo o site do município.