SÃO PAULO

Empresa se diz obrigada a fechar serviço para população de rua; entenda

Serviços de lavagem e secagem de roupas para população em situação de rua foram paralisados na véspera de Natal em São Paulo

Morador de rua dorme no Páteo do Colégio na primavera de 2016, em São Paulo.Empresa se diz obrigada a fechar serviço para população de rua; entendaCréditos: Raphael Sanz/Revista Fórum
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A MChecon, empresa responsável pelos serviços de lavagem e secagem de roupas para a população em situação de rua no centro de São Paulo, entrou em contato com a Revista Fórum na tarde deste domingo (25) para esclarecer a paralisação das atividades, ocorrida ontem (24), em plena véspera de Natal. Por meio de nota, a empresa afirmou que foi obrigada a paralisar a operação, referente ao projeto social Vidas no Centro, por estar sem receber a verba municipal, que banca os serviços, há 5 meses.

“Sem o repasse de verba já há quase 5 meses, tornou-se insustentável continuar subsidiando os custos para manter o atendimento aos usuários. Nossa empresa enviou seus melhores esforços, tendo adiado ao máximo, dentro de suas possibilidades, a tomada e implementação desta decisão, e estará à disposição do contratante tão logo a questão financeira seja resolvida, o que esperamos que ocorra antes da desmobilização das estruturas”, diz a nota.

A chamada ‘Contratante’ é a SPTuris, empresa municipal de turismo. Entramos em contato com a sua assessoria de imprensa e assim que obtivermos uma resposta essa matéria será atualizada.

Logo que as informações sobre a paralisação dos serviços vieram a público, o deputado federal eleito, Guilherme Boulos (PSOL-SP), usou as redes sociais para criticar o Prefeito de São Paulo. “Ricardo Nunes fechou hoje os serviços de banho, lavagem e secagem de roupas da população em situação de rua no centro de São Paulo. Esse foi o seu presente de Natal para os sem-teto”, escreveu no Twiter.

O projeto social Vidas no Centro foi criado em abril de 2020 para mitigar os impactos da pandemia da Covid-19 sobre a população que vive nas ruas do centro da cidade, oferecendo estações com cabines de banho, sanitários e lavanderia sem qualquer custo. Os serviços estavam disponíveis nos largos do Paissandu e São Francisco, no Terminal Parque Dom Pedro e estação Júlio Prestes.

Sem moradia, não é apenas um teto e um endereço que faltam à população em situação de rua. Locais onde seja possível cuidar da higiene pessoal e da lavagem das roupas, bem como atendimento médico e emissão de documentos, são carências que afetam o reerguimento dessas famílias e indivíduos. A retirada dos serviços de lavagem de roupa é um verdadeiro golpe para os mais vulneráveis do centro da maior cidade do país.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que o programa Vidas no Centro foi uma ação emergencial e que a partir de 2021 esses serviços foram gradativamente incorporados e transferidos para unidades permanentes, mantidos pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS). “Com a desmobilização das estruturas emergenciais remanescentes – Sé e República –, os atendimentos passam a ser feitos pelos Núcleos de Convivência, instalados em locais próximos. Além dos serviços de higiene, há também alimentação”, diz a nota.

Estação Julio Prestes

A MChecon ainda informou que a operação da estação Júlio Prestes, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, e as secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e de Direitos Humanos e Cidadania, continua em funcionamento. Apenas neste Natal e nos dias que envolvem a virada do ano, os horários serão diferentes. Confira a seguir.

25/12/22 das 14h às 19h

31/12/22 - das 7h às 14h

01/01/23 - das 14h às 19h