NO TRIBUNAL

Flordelis chora no banco dos réus ao ouvir acusações

A ex-deputada federal é acusada de ser a mandante do assassinato de Anderson do Carmo, com quem era casada; Defesa da pastora tentou impedir fotografias do choro

Créditos: Fernando Frazão / Agência Brasil
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A ex-deputada federal e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza, de 61 anos, começou a ser julgada na manhã dessa segunda-feira (7) na  3ª Vara Criminal de Niterói (RJ) e, logo na abertura do julgamento, enquanto eram listados os crimes atribuídos a ela, a ré chorou e viu sua defesa rodeá-la a fim de evitar que fotografias do momento fossem feitas. Ela é acusada de ser a mandante do assassinato do marido Anderson do Carmo, morto a tiros na porta de casa em 2019.

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Além das acusações, a presença da mãe da ré, Calmozina Motta, também contribuiu para o choro de Flordelis. Segundo relatos da imprensa, ela teria se aproximado e falado rapidamente com a filha, para que a ex-deputada em seguida começasse a chorar. Também a filha de Flordelis e neta de Calmozina, Simone dos Santos Rodrigues, chorou ao ver a avó. Simone chegou a ser apontada por Flordelis como a mandante do assassinato de Anderson do Carmo, em 2019.

Também são réus no julgamento, com previsão de duração mínima de dois dias, Rayane dos Santos Oliveira, neta de Flordelis, e os filhos não biológicos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva. Entre os sete jurados sorteados ao início da sessão, há 4 homens e 3 mulheres.

Relembre o caso

Pastor evangélico e casado com a então deputada federal pelo PSD-RJ, Anderson do Carmo foi morto em 16 de junho de 2019 quando chegava no casa onde vivia com a família em Niterói, no Rio de Janeiro. O casal tinha 55 filhos, a maioria por meio de adoção.

As investigações passaram a apontar a então deputada como mandante do crime. Em abril de 2021, uma das suas filhas, Simone dos Santos Rodrigues, declarou para a Justiça que teria dado R$ 5 mil para outra irmã, Marzy Teixeira da Silva, executar um plano para assassinar Anderson. Na ocasião Simone alegou que a sua mãe é inocente, pois não teria conhecimento do plano - meses antes a própria Flordelis assumiu que teria ciência. No depoimento, a filha biológica da parlamentar alega que resolveu matar o pai devido a abusos sexuais cometidos pelo pastor contra ela.

A pastora foi denunciada ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como a mandante do assassinato de Anderson. Flordelis acabou tendo seu mandato cassado em 11 de agosto de 2021 e dois dias depois já estava presa. 11 dias depois foi expulsa do PSD. Ela foi denunciada por arquitetar o homicídio, convencendo seu filho Flávio dos Santos Rodrigues, o acusado de ser o executor direto do crime e os demais acusados, a participarem do assassinato sob a simulação de ter acontecido um latrocínio.

Flordelis nega as acusações. Seus filhos julgados no presente júri respondem por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada.

*Com informações do Uol.