AMAZÔNIA

Garimpeiros realizam dois ataques a tiros contra autoridades na Terra Indígena Yanomami

Criminosos tentam retomar o controle da área; Em um caso fiscais do Ibama foram atacados, em outro os alvos foram policiais militares

Área de garimpo em terra Yanomami.Garimpeiros realizam dois ataques a tiros contra autoridades na Terra Indígena YanomamiCréditos: Reprodução/Greenpeace
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Em busca de retomar o controle de áreas da Terra Indígena Yanomami, garimpeiros furaram bloqueios da fiscalização próximos à aldeia Palimiú, nas margens do rio Uraricoera, e revidaram a abordagem dos fiscais do Ibama a tiros na última quinta-feira (23). No mesmo local, foi instalado no começo do mês um cabo de aço que visa impedir a passagem dos criminosos. A troca de tiros ocorreu quando os agentes se preparavam para abordar a embarcação dos criminosos.

De acordo com relatos dos agentes, os criminosos navegavam pelo rio Uraricoera com sete embarcações repletas de cassiterita roubada do território Yanomami. As autoridades teriam identificado a ação por meio de drones do Ibama e determinado a abordagem próximo à aldeia de Palimiú, onde há um ponto de fiscalização.

A segurança do local é feita desde o último dia 7 de fevereiro por agentes da Força Nacional, do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A base faz parte da ofensiva do Governo Lula contra os criminosos, iniciada no dia anterior com o objetivo é retomar o controle das terras e devolvê-las aos Yanomami.

Um dos criminosos foi ferido e acabou preso mais tarde quando foi buscar atendimento no Hospital Geral de Roraima. Após tomar ciência do ocorrido, a Polícia Federal emitiu nota informando o envio de homens para o local, que terão o apoio de helicópteros das Forças Armadas.

De acordo com a PF, órgãos de inteligência apontam movimentações de garimpeiros na região, em busca de retaliar as operações que os tiraram das terras Yanomami.

“Foi um ataque criminoso programado. Todos aqueles que tentarem furar o bloqueio serão presos. Acabar com o garimpo ilegal é uma determinação do presidente Lula”, afirmou à imprensa o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Outro caso

Um segundo caso ocorreu horas depois do primeiro, na mesma data e em local próximo. Na ocasião, um grupo atirou contra policiais militares em região vizinha ao rio Uraricoera.

Ao tomar conhecimento do ataque, a PM fazia buscas quando passou por um bar abaixo de ponte sobre o rio Uraricoera, um local famoso por servir como porto para os garimpeiros, e notou que alguns clientes do bar tentaram fugir do local ao vê-los.

Nesse momento, 3 jovens, entre 24 e 26 anos, subiram em uma embarcação e tentaram fugir. Foram presos. Mais tarde, um homem de 50 anos e mais dois jovens também foram presos em uma caminhonete que transportava um quadriciclo e um motor de barco.

O grupo foi ouvido na delegacia e liberado. De acordo com o delegado de plantão, apenas o quadriciclo e o motor poderiam caracterizá-los como garimpeiros. No entanto, como não portavam armas e nem possuíam outros equipamentos para garimpo, a polícia decidiu soltá-los por não poder provar o envolvimento do grupo com o tiroteio com que tinha em mão.

*Com informações do G1.