As eleições presidenciais vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo (30) despertaram na população não apenas sentimentos a respeito da importância do voto ou da democracia, como também manifestações de consciência classe que repercutem no cotidiano dos trabalhadores, como a registrada nesta terça-feira em um ônibus lotado em Belém, capital do Pará.
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Enquanto o coletivo tinha dificuldades para passar pela avenida Almirante Barroso, em área nobre da cidade, por conta de bloqueio da via em protesto contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL), os passageiros comentavam a manifestação.
“Olha aí, ó”, disse um homem, em referência ao início da passagem pela manifestação golpista.“Tinha que ser, essa palhaçada!”, exclamou uma mulher.
“Aceita neném, que dói menos”, diz outra passageira que, na sequência, questiona: “O que eles querem? A volta da ditadura militar?” Uma terceira passageira responde: “Botam as bandeiras do Brasil como fossem deles”.
“Avacalhação isso aí, viu? Botam o carro no meio da rua, e não falam nada”, retrucou o homem do início da conversa. “Não falam nada, mano, é tudo a mesma corja. Agora, vai pobre botar um pneu aí…”, respondeu a primeira passageira
E eis que a segunda mulher volta a aparecer na conversa questiona: “E esse povo não trabalha não? Esse bando de vagabundo…”
“É a burguesia, mana, que está aí. Estão 'sofrendo'”, ironizou a terceira mulher a aparecer na conversa. “O pobre que está aí é desinformado”, concluiu.
“Mas se fosse um professor, já tinham botado para correr,” retrucou uma nova voz, aparentemente de um homem mais idoso.