VIOLÊNCIA POLICIAL

Agentes da PRF envolvidos em morte de Genivaldo são acusados de torturar jovens no Sergipe

De acordo com o MPF, William de Barros Noia, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e um terceiro agente espancaram e ameaçaram de morte dois jovens algemados

Genivaldo morreu asfixiado dentro da viatura da PRF. Créditos: Reprodução/Twitter
Escrito en BRASIL el

Três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acusados de torturar dois jovens em Umbaúba, no interior do Sergipe, pelo Ministério Público Federal. Dois deles, William de Barros Noia e Paulo Rodolpho Lima Nascimento já estão presos desde 14 de outubro pelo assassinado de Genivaldo Santos, morto por asfixia em câmara de gás improvisada na viatura, no último mês de maio.

- Querem nos calar! A Fórum precisa de você para pagar processos urgentes. Clique aqui para ajudar

Na nova acusação, a dupla se junta a Clenilson José dos Santos, que está solto, para responder pela tortura de dois jovens, um de 21 e outro de 16 anos. As vítimas andavam de moto na região sem capacete, assim como ocorria com Genivaldo no dia da sua morte. Ao serem abordados tentaram fugir, uma vez que sem documentos e capacetes, perderiam a moto. No entanto, de acordo com a investigação do MPF, após os jovens serem detidos e algemados, os agentes os espancaram com chutes, tapas e pisões nos rostos.

Além dos exames feitos no Instituto Médico-Legal também havia cinco testemunhas. O mais novo acabou liberado mais cedo, enquanto o mais velho chegou a ser levado ao posto da PRF, distante 16 quilômetros do local. A vítima relatou em boletim de ocorrência que implorou para não ser morto pelos agentes ao receber ameaças de ser “levado para a mata”.

Em caso de condenação, os agentes podem pegar de dois a oito anos de prisão pelo crime de tortura, além de perderem os empregos. A defesa dos policiais disse à Folha que não teve acesso à denúncia e portanto não se manifestaria.

*Com informações da Folha.