HORROR

Uma foto banal e irmãs são vítimas de um dos crimes mais brutais já vistos no Brasil

As jovens foram alvos de terror e monstruosidade indescritíveis, no MT, sem sequer entender o porquê. Post no Instagram fez integrantes de facção montarem verdadeira “operação”

As irmãs Rayane e Rithiele, mortas brutalmente no Mato Grosso.Créditos: Instagram/Reprodução
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Uma banalidade foi a motivação para um dos crimes mais bárbaros que o Brasil vivenciou nos últimos anos. As vítimas, as jovens irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, que era candidata a vereadora, e Rithiele Alves Porto, de 28, sequer entenderam a razão para tamanha monstruosidade a que foram submetidas antes de serem executadas, na madrugada de domingo (15), na pequena cidade de Porto Espiridião (MT), na fronteira com a Bolívia.

De acordo com a Polícia Civil do Mato Grosso, Rayane e Rithiele, que eram donas de um circo na região, jamais tiveram qualquer relação com o mundo do crime. A primeira era conhecida por seus dotes circenses, enquanto a segunda era influenciadora, com pouco mais de 85 mil seguidores nas redes sociais. Há alguns dias, elas estiveram com familiares curtindo uma tarde ensolarada nas margens do Rio Jauru, muito frequentado naquele trecho do território mato-grossense.

Na ocasião em que se divertiam com os parentes e amigos, elas fizeram uma foto em que posicionavam os dedos das mãos fazem o número três, e a imagem foi postada no Instagram. No universo criminoso do Mato Grosso, o número três com os dedos é o sinal que identifica alguém com o PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior organização criminosa do Brasil, que opera em pelo menos 24 países. Por alguma razão, a foto foi repassada para integrantes de um bando rival, detidos na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. De lá veio a sentença de morte: as duas deveriam morrer após uma prolongada e aterrorizante sessão de tortura.

Rayane e Rithilele na foto em que aparecem fazendo o n° 3 e que acabou as condenando à morte

Na noite de sábado, Rayane e Rithiele foram a uma famosa feira de pesca em Porto Esperidião, acompanhadas de dois rapazes, para aproveitarem os shows musicais, as comidas e as bebidas do evento. Quando saíam do local, foram abordadas por nove pessoas, sendo três menores de idade. A partir daí, foram coagidos a ir caminhando até um imóvel no centro do município, onde foram obrigadas a entrar, junto com os dois homens que as acompanhavam.

Tudo que se sabe até o momento foi graças a um dos rapazes que estava com as irmãs. Ele conseguiu fugir pulando o muro da casa e correndo desesperadamente, até encontrar uma unidade da PM. O relato de terror é de uma brutalidade incompreensível e desesperadora.

Após muitas agressões e terror psicológico, os integrantes do bando, que vieram inclusive de outras cidades do estado só para executar o crime, passaram a ligar para familiares de Rayane e Rithiele exigindo R$ 100 mil para liberá-las. Não receberam nada, mas se tivessem recebido, coisa alguma teria mudado.

As duas irmãs tiveram alguns dedos amputados a golpes de facão, e uma delas teve também as orelhas arrancadas. Ambas tiverem os cabelos cortados e foram mortas com vários golpes de arma branca. O outro homem que as acompanhava teve igualmente dedos amputados e uma das orelhas extirpada, além de receber golpes de faca na parte posterior do pescoço, na junção com a cabeça. Ele sobreviveu e segue internado.

Crime transmitido ao vivo para a penitenciária

As investigações do bárbaro crime, a cargo do delegado Higo Rafael, apontam que toda a sessão de tortura e amputação de partes dos corpos das vítimas, que durou várias horas, até a execução, foram transmitidas numa videochamada para detentos líderes da facção criminosa mandante na PCE, em Cuiabá. Após concluírem o ato macabro, os assassinos fugiram do imóvel, mas acabaram presos horas depois em diferentes pontos.

Alguns dos acusados estavam se preparando para fugir de Porto Esperidião, hospedados num hotel do município, onde chegaram após tomar um táxi, enquanto outros só foram encontrados na cidade de Cáceres, no dia seguinte. Todos confessaram os crimes e confirmaram as informações que a polícia já tinha.