FEMINICÍDIO

Homem e ex-esposa assassinada por ele fizeram quadro de programa do SBT

Corpo de Amanda Almeida, jogado no Tietê, ainda não foi encontrado pela polícia. Ela era vítima constante de agressões e estava separada havia dois meses

Carlos Ribeiro e o irmão transportam corpo de Amanda, assassinada pelo primeiro por estrangulamento.Créditos: Reprodução
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O desaparecimento de Amanda Almeida, de 31 anos, na segunda-feira (19), comoveu moradores de Osasco e ganhou repercussão nacional. Ela foi vista pela última vez ao retornar para sua residência. Dois dias depois, o ex-marido, Carlos Ribeiro, confessou à polícia que a matou por estrangulamento.

Amanda Almeida, de 31 anos, assassinada pelo ex-marido

Segundo os investigadores, após o crime, Carlos acionou o irmão, Fernando Ribeiro, que teria ajudado a esconder o corpo. Imagens de câmeras de segurança mostram dois homens saindo da casa de Amanda carregando um volume enrolado em um lençol. O corpo, ainda não localizado, teria sido colocado no porta-malas do carro de Carlos, estacionado em frente à residência. Ambos foram presos e tiveram as prisões preventivas decretadas.

Carlos Ribeiro, que teria matado a ex-mulher estrangulada após saber que ela havia saído com um ex-namorado

Os dois responderão por feminicídio e ocultação de cadáver. A defesa informou que colabora com as investigações. No entanto, uma coisa chama a atenção em particular nesse trágico episódio: Vítima e assassino, de alguma forma, não eram tão anônimos assim.

Participação no Domingo Legal

Amanda e Carlos participaram, ainda enquanto casal, do quadro “Minha Mulher Que Manda”, exibido no Domingo Legal, programa de televisão apresentado por Celso Portiolli, no SBT. A participação foi ao ar em 17 de novembro de 2024.

O quadro reúne casais em uma competição culinária, na qual os homens cozinham sob o comando de suas companheiras. Uma amiga de Amanda relatou que a vítima era “brincalhona, divertida, adorava festas” e se destacou durante o programa.

Amanda e Carlos, no quadro "Minha Mulher Que Manda", do Domingo Legal, do SBT

Corpo ainda não encontrado

As buscas pelo corpo de Amanda continuam concentradas na Barragem Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba. A suspeita é de que o cadáver tenha sido jogado da Ponte Piracema, na divisa entre Barueri e Carapicuíba. Amanda trabalhava como promotora de eventos e bartender em festivais como o Lollapalooza e o Carnatal. Seu perfil no Instagram tem mais de 3 mil seguidores.

Relatos de violência e motivação

Testemunhas ouvidas pela polícia relataram que Amanda sofria agressões frequentes de Carlos, o que a levou a encerrar o relacionamento dois meses antes do crime. Apesar disso, ela nunca registrou boletim de ocorrência, supostamente para proteger os filhos do casal, de 16, 14 e 7 anos.

A investigação aponta que Carlos teria cometido o feminicídio por ciúmes, após descobrir que Amanda se reencontrou com um antigo namorado. Esse homem confirmou à polícia que os dois se viram por acaso num estabelecimento noturno e passaram a noite juntos. Amanda teria confidenciado a ele que já fora agredida pelo ex e que temia por sua vida.

Imagens de segurança mostram Amanda chegando em casa, pouco depois de ser deixada por esse ex-namorado, e em seguida um homem entrando na residência — que a polícia identifica como Carlos. Pessoas próximas afirmaram que, mesmo após a separação, ele seguia insistindo em uma reconciliação.

Familiares revelaram ainda que Amanda contou, no mês anterior ao crime, ter sido agredida com um soco no rosto e teve o pescoço apertado por Carlos após recusar reatar o casamento. A família da vítima, por meio de advogado, já considera solicitar judicialmente a guarda definitiva das crianças pela avó materna.

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