Moradores de diferentes regiões do Brasil se surpreenderam na tarde desta quarta-feira (14), com a passagem de uma luz intensa no céu, descrita por muitos como uma “bola de fogo” cruzando rapidamente a atmosfera. O fenômeno foi visível em estados como Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal, despertando curiosidade e especulações nas redes sociais.
De acordo com a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), a luz foi provocada por um estágio do foguete Falcon 9, da empresa SpaceX, fundada pelo bilionário Elon Musk. A parte em questão teria sido lançada em 2014 e ficou vagando pela órbita terrestre por mais de dez anos, até que reentrou na atmosfera e se desintegrou.
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Apesar da explicação técnica, a Agência Espacial Brasileira (AEB) informou que ainda não confirmou a origem exata do objeto e não pode afirmar se se trata de um meteoro, lixo espacial ou parte de satélites ou foguetes. Até o momento, também não há confirmação de queda de destroços em solo brasileiro.
Especialistas apontam possíveis causas
Segundo o astrônomo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Adriano Leonês, duas possibilidades principais são consideradas para o fenômeno:
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A entrada de um meteoro na atmosfera terrestre — objeto natural que se incendeia com o atrito, formando um rastro luminoso.
A reentrada de lixo espacial, como pedaços de foguetes ou satélites desativados lançados por agências espaciais como a NASA (EUA), Roscosmos (Rússia) e a CNSA (China).
“Partes de foguetes e satélites antigos frequentemente reentram na atmosfera de forma descontrolada após anos em órbita. Quando isso acontece, eles podem produzir um espetáculo luminoso como o que vimos”, explicou Leonês.
Lixo espacial
Casos como o ocorrido nesta quarta-feira são raros, mas não inéditos. Eles chamam a atenção não apenas pela beleza do fenômeno, mas também pelo alerta que trazem sobre a crescente quantidade de lixo espacial em órbita da Terra — resultado do número crescente de lançamentos de satélites e missões espaciais comerciais.
Apesar do susto, os especialistas garantem que eventos desse tipo são geralmente inofensivos. Quando objetos reentram na atmosfera, a maior parte se desintegra completamente antes de atingir o solo. Ainda assim, a falta de rastreabilidade e a ausência de confirmação oficial reforçam a importância de um monitoramento mais preciso desses detritos espaciais.
A Bramon e outras instituições seguem analisando os vídeos e relatos para confirmar a trajetória e a origem exata do objeto. Enquanto isso, o “rastro de fogo” que cortou o céu brasileiro segue fascinando quem teve a chance de assistir ao fenômeno com os próprios olhos.
Veja vídeos abaixo:
Com informações do G1