O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio da Polícia Federal, prendeu três homens, no interior de Minas Gerais, que escravizavam outras duas pessoas. Os acusados formam um trisal homossexual e aliciaram as vítimas, um homem gay, que foi obrigado a tatuar no braço as iniciais dos agressores, e uma mulher trans, fora do Brasil. Ambas são naturais do Uruguai. O caso de horror ocorreu na pequena Planura, cidade de pouco mais de 11 mil habitantes localizada no Triângulo Mineiro.
A descoberta
De acordo com as autoridades federais, a operação foi realizada após uma série de denúncias que chegou ao MTE nos últimos meses. As informações davam conta que estrangeiros era mantidos em condições subumanas num imóvel da região, submetidos a violência física, trabalhos forçados, cárcere privado, abusos sexuais e terror psicológico. As diligências foram conduzidas entre os dias 8 e 15 deste mês, mas só agora se tornaram públicas. O homem e a mulher encontrados não recebiam qualquer tipo de remuneração e estavam em situação precária de moradia.
As investigações apontaram que o trisal escolhia as vítimas pelas redes sociais. Após uma aproximação, os homens que se relacionavam mutuamente ofertavam empregos promissores, oportunidade de mudança de vida e também um acolhimento no sentido amoroso-sexual. Uma vez que essas pessoas chegavam a Planura, elas eram submetidas a um verdadeiro roteiro de filme de terror.
No caso da mulher trans resgatada, de tanto ser agredida, ela chegou a sofrer um AVC. O rapaz mostrou uma tatuagem aos policiais com iniciais que seriam dos criminosos, que o obrigaram a realizar o procedimento para que ele ficasse marcado como “de propriedade deles”. O inquérito aberto aponta que os dois eram obrigados a participar de orgias com o trisal e que eram submetidos a práticas sexuais profundamente degradante.
Agora já salvas, as duas vítimas foram encaminhadas à Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo, gerenciada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pelo Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), um órgão especializado em casos do tipo e que oferece amparo médico, psicológico e jurídico. Já os acusados, que foram presos em flagrante pela PF, já passaram por audiência de custódia e seguem presos numa unidade penitenciária de Minas Gerais.