JUSTIÇA

Memória de Marielle é alvo de ataques após decisão favorável a Brazão

Família denuncia ataques à imagem da vereadora nas redes após um dos acusados pelo assassinato ir para prisão domiciliar

Marinete, mãe de Marielle Franco
Marinete, mãe de Marielle FrancoCréditos: Antonio Cruz/Agência Brasil
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Os familiares da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada com o motorista Anderson Gomes em 2018, denunciaram nesta terça-feira (15) que a memória da parlamentar tem sido alvo de ataques nas redes sociais após a transferência do ainda deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) para a prisão domiciliar. 

"Desde a decisão, a memória de Marielle Franco e a luta por justiça de sua família se tornaram alvo de uma série de ataques em redes sociais por grupos políticos organizados", diz a nota, assinada pela mãe de Marielle, Marinete, pela irmã dela, Anielle, pelo pai, Antônio, e pela filha, Luyara. "É extremamente alarmante e sintomático que no dia em que será votado o PL que visa instituir o 14 de março como o dia de enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça, o Instituto Marielle Franco e sua família precisem vir a público denunciar mais uma vez ataques violentos à família e à organização."

O texto se refere ao projeto de lei que institui o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça, previsto para ir à votação no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça.

Transferência de Brazão

Na sexta-feira (11), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a transferência de Brazão da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.

Ele foi preso em março do ano passado com seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Ambos foram denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) como mandantes do assassinato de Marielle, após terem sido delatados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, executor confesso do crime, e hoje são réus na Justiça.

A defesa do parlamentar pediu a transferência em 2 de abril, alegando “risco elevado de morte” caso ele continuasse preso, solicitando que passasse para um regime domiciliar humanitário.

"Mesmo diante de ataques infundados e violentos contra nós, seguiremos de pé e acreditando na justiça. Nossa família e o Instituto Marielle Franco continuarão lutando para que todas as pessoas, sobretudo mulheres negras, defensores de direitos humanos, pessoas periféricas e LGBTQIAP+ não sejam interrompidas e que tenham acesso total à justiça e aos direitos humanos", dizem os familiares de Marielle.

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