De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (26), correspondentes ao Censo Demográfico de 2022, a proporção de pretos e pardos com nível superior aumentou mais de cinco vezes em relação aos anos anteriores no Brasil.
O aumento "ocorreu para todos os grupos de cor ou raça", diz o analista Bruno Perez à Agência de Notícias do órgão, mas, em 2000, a proporção da população branca a partir dos 25 anos com nível superior era cerca de quatro vezes maior do que a proporção da população negra (pretos e pardos): a taxa entre os brancos era de 9,9%, em comparação a 2,4%, no caso dos pardos, e 2,1% entre os pretos.
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No último censo, a proporção cresceu mais de 2 vezes para a população branca, cuja taxa agora é de 25,8%; e em até 5,2 vezes para pardos, que agora somam 12,3% com ensino superior a partir dos 25 anos.
No caso da população preta, a taxa subiu 5,8 vezes e foi para 11,7%.
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A Lei de Cotas, sancionada durante o governo Dilma, em 2012, e reformulada em 2023, que reserva 50% das matrículas por curso em Universidades e Institutos Federais a minorias étnicas, é um dos fatores a contribuir com o crescimento no ingresso de pessoas pretas e pardas no ensino superior ao longo dos últimos anos.
Segundo dados do Censo de 2022, a população preta continuava a ter o maior percentual de pessoas a partir dos 25 anos sem qualquer nível de instrução ou com ensino fundamental incompleto: a porcentagem era de 40,5%.
Em segundo lugar vinha a população parda, com 40,1%.
Já entre os brancos, para a mesma faixa etária, a porcentagem de pessoas sem instrução era de 29,2%.
"A vantagem da população de cor ou raça branca em relação à população de cor ou raça preta ou parda quanto à média de anos estudando se repetia em todas as grandes regiões, todas as unidades da federação e nos 150 municípios de maior população", informa Perez.
No recorte por raça, entre as profissões com maiores números de formados no ensino superior, pretos e pardos têm taxas superiores em Serviço Social (com 11,8% entre pretos e 40,2% entre pardos).
Já a população branca se destaca entre os formandos em Medicina: brancos compõem 75,5% do grupo, enquanto pretos somam 2,8% e pardos, 19,1%.