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IBGE: Número de negros com ensino superior quintuplicou desde 2020

Aumento ocorreu para todos os grupos de cor ou raça, afirma IBGE; Lei de Cotas, sancionada em 2012 e reformulada em 2023, é um dos fatores a contribuir com o aumento

Universidade.Créditos: Pixabay
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De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (26), correspondentes ao Censo Demográfico de 2022, a proporção de pretos e pardos com nível superior aumentou mais de cinco vezes em relação aos anos anteriores no Brasil.

O aumento "ocorreu para todos os grupos de cor ou raça", diz o analista Bruno Perez à Agência de Notícias do órgão, mas, em 2000, a proporção da população branca a partir dos 25 anos com nível superior era cerca de quatro vezes maior do que a proporção da população negra (pretos e pardos): a taxa entre os brancos era de 9,9%, em comparação a 2,4%, no caso dos pardos, e 2,1% entre os pretos.

Créditos: IBGE.

No último censo, a proporção cresceu mais de 2 vezes para a população branca, cuja taxa agora é de 25,8%; e em até 5,2 vezes para pardos, que agora somam 12,3% com ensino superior a partir dos 25 anos. 

No caso da população preta, a taxa subiu 5,8 vezes e foi para 11,7%.

A Lei de Cotas, sancionada durante o governo Dilma, em 2012, e reformulada em 2023, que reserva 50% das matrículas por curso em Universidades e Institutos Federais a minorias étnicas, é um dos fatores a contribuir com o crescimento no ingresso de pessoas pretas e pardas no ensino superior ao longo dos últimos anos.

Segundo dados do Censo de 2022, a população preta continuava a ter o maior percentual de pessoas a partir dos 25 anos sem qualquer nível de instrução ou com ensino fundamental incompleto: a porcentagem era de 40,5%. 

Em segundo lugar vinha a população parda, com 40,1%. 

Já entre os brancos, para a mesma faixa etária, a porcentagem de pessoas sem instrução era de 29,2%.

"A vantagem da população de cor ou raça branca em relação à população de cor ou raça preta ou parda quanto à média de anos estudando se repetia em todas as grandes regiões, todas as unidades da federação e nos 150 municípios de maior população", informa Perez.

No recorte por raça, entre as profissões com maiores números de formados no ensino superior, pretos e pardos têm taxas superiores em Serviço Social (com 11,8% entre pretos e 40,2% entre pardos). 

Já a população branca se destaca entre os formandos em Medicina: brancos compõem 75,5% do grupo, enquanto pretos somam 2,8% e pardos, 19,1%.

 

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