Após o trágico desabamento da ponte que ligava Maranhão a Tocantins na BR-226 — a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira —, ocorrido no dia 22 de dezembro de 2024, que deixou 12 mortos (de acordo com as informações divulgadas até esta quinta-feira, 2/1), o Ministério dos Transportes anunciou a contratação de uma empresa para a realização das obras de restauração da ponte.
Por meio de um processo de licitação emergencial, anunciado ainda no dia 31/12 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a obra, que custará cerca de R$ 171 milhões, foi atribuída ao Consórcio Penedo-Neópolis (sediado em Penedo - AL), de que são parte as empresas Construtora Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada.
Te podría interesar
O projeto deve ser concluído até dezembro de 2025, informa o Ministério dos Transportes, e vai alterar a estrutura da ponte: além da adição de uma ciclovia em conjunto ao passeio, a nova ponte vai ser sete metros mais larga que a anterior.
A ponte que colapsou havia sido parte de um projeto que a incorporava à Rodovia Belém-Brasília, autorizada pelo Projeto de Lei 392, de 1956, sob o governo de Juscelino Kubitschek. Com obras iniciadas em 1959, passou por indefinições em relação à equipe de engenharia responsável (que sofreu um remanejamento logo após o início das obras), e chegou a ser acusada, no governo seguinte (de Jânio Quadros), de superfaturamento.
Te podría interesar
Relatórios anteriores do DNIT, datados de 2019, já mostravam que a ponte passava por um processo de deterioração física, com classificação de nível 2 de conservação (numa escala de 1 a 5, em que 1 é o pior nível de conformidade estrutural).
Ainda em maio de 2024, uma licitação federal foi lançada para iniciar obras de reforma na ponte, mas, das 12 empresas a participar do edital, 1 estava impossibilitada de operar e 11 tinham documentos inapropriados para a licitação, conforme noticiou a UOL, e o projeto não foi levado à frente.
Com o desabamento da ponte, três motos, um carro e três caminhões que transportavam substâncias tóxicas caíram no rio Tocantins.
Leia também: Tanque com agrotóxico perigoso que caiu no Rio Tocantins está intacto, mas preocupa | Revista Fórum
Até então, 12 vítimas fatais foram identificadas e cinco seguem desaparecidas, mas as buscas foram temporariamente interrompidas nesta quinta (2/1) pelo risco trazido pela temporada de chuvas e a abertura para escoamento das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito (MA). Durante o período, as operações de mergulho para busca dos desaparecidos foram suspensas, e devem ser realizadas apenas com tecnologia de busca (drones e embarcações).