Detida na quarta-feira (4) em uma megaoperação contra lavagem de dinheiro e apostas ilegais, Deolane Bezerra está em audiência de custódia nesta quinta (5). Ela passou a noite detida na Colônia Penal Feminina do Recife, local que amanheceu tomado por fãs da influenciadora, desde as primeiras horas da manhã.
Seguidores se reuniram em frente ao presídio com cartazes e faixas com frases como "#Solta a mãe Deolane" e "A mãe tá estourada, esquece". O movimento ocorreu após a advogada e influenciadora digital divulgar em seu Instagram que se dizia "injustiçada".
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A Secretaria Penitenciária de Pernambuco confirmou a prisão de Deolane e informou que ela está em cela individual. Em entrevista à Fórum, a advogada especialista em direito criminal do Cantelmo Advogados Associados, Estela Mares afirma que o crime pelo qual Deolane foi condenada tem pena de três a dez anos. (Leia abaixo).
Prisão por lavagem de dinheiro
“O crime de ocultação/dissimulação da natureza ou origem ilícita de bens e valores, comumente referido como "Lavagem de Dinheiro", é um crime financeiro tipificado pela Lei nº 9.613/98, em que o agente visa maquiar a origem dos ativos, fazendo com que aparente ser de natureza legal. A pena para o delito é de reclusão de três a dez anos, no entanto, será aumentada de 1/3 a 2/3 se for cometida por intermédio de organização criminosa”, afirma.
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Segundo Mares, por se tratar de um crime financeiro, “a aplicação de medidas cautelares objetivam, especificamente, proteger a integridade dos bens e valores que podem corroborar a prática do delito e prevenir a continuação da prática delitiva ou a fuga do investigado”. Isso significa que ao recolher bens, bloquearem contas e apreenderem documentos, as autoridades impedem que os recursos ilícitos sejam reinvestidos no mercado, quebrando o ciclo da lavagem de dinheiro.
Como o crime tem altas chances de passar as fronteiras do país, às vezes é preciso que haja uma colaboração entre diferentes autoridades, como ocorreu na “Integration”, diz Estela. “A INTERPOL é de suma importância nesses caso, pois facilita a troca de informações entre os órgãos competentes de diversos países e múltiplas jurisdições, além de ter a autoridade de emitir alertas internacionais para localizar e deter indivíduos procurados que possam estar se furtando da aplicação da lei pátria”, completa a advogada.
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