ALTERNATIVA AO X

CEO do Bluesky contrasta com Musk e reconhece governo Lula como "democraticamente eleito pelo seu povo"

Rede social criada por um dos fundadores do antigo Twitter explode no Brasil após bloqueio do X; plataforma promete respeitar a legislação brasileira

Jay Graber, CEO do BlueSky, diz que reconhece governo Lula como "democraticamente eleito pelo seu povo".Créditos: Arquivo pessoal/Ricardo Stuckert
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A rede social Bluesky vem ganhando rapidamente a adesão dos brasileiros após o bloqueio do X (antigo Twitter), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e referendada pela Primeira Turma da Corte nesta segunda-feira (2). A plataforma do bilionário Elon Musk foi banida do país após reiterados descumprimentos de ordens judiciais e negativa em indicar um representante legal no Brasil para responder aos processos por obstrução de Justiça no âmbito de investigações nos inquéritos das fake news e da tentativa de golpe de Estado. 

Na noite desta segunda-feira, o perfil oficial do Bluesky anunciou que a rede social ganhou 2 milhões de novos usuários brasileiros somente na última semana, quando a crise entre o X e o STF atingia um de seus pontos mais altos. 

"DOIS MILHÕES de pessoas novas na última semana! uma calorosa recepção a todos!", diz a publicação da rede social que é representada por uma borboleta azul. 

O Bluesky foi criado em 2019 por Jack Dorsey, um dos fundadores do antigo Twitter, que foi totalmente desfigurado de sua proposta original e rebatizado de X após ser adquirido por Elon Musk. Diferentemente do bilionário, que além de descumprir a legislação brasileira, ainda ofende e provoca instituições como o STF, representantes do Blusky vêm afirmando que respeitarão a legislação do país

Ao jornal O Globo, o Bluesky informou, em nota, que está em contato com sua equipe jurídica para garantir que as operações "cumpram integralmente a legislação brasileira". "Estamos ativamente em contato com advogados nos EUA e no Brasil para garantir que mantemos a conformidade", diz trecho do comunicado. 

Jay Graber, CEO do Bluesky, por sua vez, disse em entrevista ao jornal Correio Braziliense em abril, quando Musk iniciou seus ataques a Alexandre de Moraes, que sua rede social vai respeitar a legislação brasileira e que a plataforma "não tolera assédio ou discurso de ódio". "Nossa missão é criar uma rede social aberta para conversas globais que seja divertida, saudável e que ofereça aos usuários mais opções do que plataformas onde as decisões são tomadas por um pequeno grupo de pessoas", afirmou Graber. 

BlueSky e o governo Lula 

Na mesma entrevista ao jornal Correio Braziliense, a CEO da Bluesky Jay Graber ainda contrastou de Elon Musk ao dizer que reconhece o governo brasileiro como "democraticamente eleito pelo seu povo". O bilionário dono do X, desde abril, vem endossando o discurso golpista de bolsonaristas ao sugerir que a eleição que alçou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido fraudada com a ajuda de Alexandre de Moraes. 

"Reconhecemos o governo brasileiro como um governo eleito democraticamente pelo seu povo", declarou Jay Graber. 

Nesta segunda-feira, Jay Graber celebrou a popularização do Bluesky entre brasileiros. 

"Os brasileiros foram o primeiro grande grupo de usuários a se juntar quando o Bluesky entrou em beta em abril passado — estamos muito felizes em poder apoiar todos que estão se juntando agora!", escreveu.