Era uma quinta-feira, 4 de julho deste ano. Renan Douglas, de 16 anos, e Wendes de Caldas, de 24, estavam num comércio que vende paletes no município de Bayeux, na região metropolitana de João Pessoa (PB). Saíram do local e caminhavam pela rua quando foram abordados por uma mulher. Era Emily Gabriely da Silva Vieira Martins, de 20 anos, uma ex-carateca que já havia disputado seletivas para a seleção brasileira da modalidade. Ela, depois de abandonar o esporte e passar um tempo no Rio de Janeiro sendo “treinada” pelo Comando Vermelho, tornou-se uma pistoleira, e líder, da facção criminosa em terras paraibanas.
Imediatamente após estabelecer contato com os jovens, Emily ordenou que os dois desbloqueassem os aparelhos celulares e os dessem em suas mãos. Bastou uma rápida olhada no aplicativo de troca de mensagens instantâneas WhatsApp para encontrar figurinhas relacionadas a uma outra facção criminosa, rival do CV, que domina o bairro Jardim Veneza, onde eles moravam. Ali estava assinada a sentença de morte dos rapazes, que até onde se sabe não tinham qualquer envolvimento com a criminalidade.
Os dois foram levados do ponto em que foram abordados pela ex-carateca e por dois homens que a acompanhavam. Longe dali, foram obrigados a cavar duas covas. Com a tarefa concluída, um show de terror e violência sem limites teve início. Renan e Wendes foram golpeados com facas por todo o corpo e tiveram suas cabeças arrancadas por Emily ainda vivos. Os corpos foram ocultados nos buracos que as vítimas tinham acabado de abrir, onde foram encontrados cinco dias depois pela polícia.
Agora, mais de dois meses depois, a Polícia Civil da Paraíba esclareceu o bárbaro duplo homicídio e prendeu a principal autora, que já tinha passagens por tráfico de drogas, roubos e porte ilegal de armas. Em interrogatório, ela admitiu ter cometido o crime brutal e confessou ao delegado que “sente prazer” em matar dessa maneira. Emily foi recolhida a uma unidade feminina do sistema prisional paraibano.
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