Um promotor de justiça do Ministério Público do Acre está no centro de uma história pra lá de esquisita e picante. Tales Fonseca Tranin, uma figura muito conhecida do universo judiciário acreano, que participou ativamente das negociações que puseram fim à rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, em julho de 2023, foi afastado da função pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e o motivo é o que mais chama a atenção.
Num primeiro momento, um procedimento investigativo foi aberto contra o promotor, por solicitação do procurador-geral de justiça do Acre, Danilo Lovisaro do Nascimento, como determina a lei, e autorizada pelo TJ-AC, uma vez que o promotor tem prerrogativa de foro. O afastamento por ordem do CNMP, datada de 20 de agosto, não revela quem seria o autor da denúncia, que apontaria inicialmente para uma suposta relação do servidor público com integrantes de uma grande facção do crime organizado que atua no estado.
No entanto, o que foi revelado posteriormente é que Tranin, na verdade, mantinha relações sexuais com lideranças da referida facção, inclusive dentro dos estabelecimentos prisionais e em diligências oficiais de inspeção das cadeias. Pelo menos 20 homens teriam transado com o promotor agora afastado. Tranin era lotado na 4ª Promotoria Criminal de Execução Penal e Fiscalização de Presídio.
Numa coletiva de imprensa na sexta-feira (13), o promotor, que estava acompanhado de seus advogados, admitiu aos jornalistas que mantinha relações sexuais com apenados que integram o crime organizado. A admissão confirma o que está presente no relatório que exigiu seu afastamento. O documento acrescenta ainda que tais atos ocorriam durante o horário de expediente de Tranin e que em algumas situações ele teria feito pagamento aos detentos para realizar esses atos sexuais.