ELEIÇÕES 2024

Pesquisas em SP: trackings antecipam resultados e mostram ameaça de Marçal a Nunes

Candidato à reeleição, Ricardo Nunes tem seguido conselhos de Nikolas Ferreira para tentar estancar migração de votos de bolsonaristas para ex-coach. Atlas/Intel coloca Boulos na liderança na última pesquisa

Boulos, Nunes, Datena, Marçal e Tabata: disputa pela prefeitura de São Paulo.Créditos: Agência Câmara / Agência Brasil / TV Band / Alesp
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A série de pesquisas após os debates em São Paulo, que começa a ser divulgada nesta quarta-feira (21) com o estudo da Atlas/Intel, causam apreensão nas campanhas dos principais candidatos à prefeitura da capital, que buscam antecipar o efeito Pablo Marçal (PRTB) na disputa.

Candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) é o principal afetado pela baixaria levada à campanha pelo ex-coach, que cooptou uma parcela considerável dos extremistas aliados a Jair Bolsonaro (PL), que oficialmente apoia o emedebista.

As pesquisas internas da campanha de Nunes mostram que Marçal "roubou" 4% de seus eleitores, subindo de 14% para 18%, enquanto o atual prefeito caiu de 25% para 21%.

Os dados mostram o acirramento da disputa interna pelos votos da ultradireita bolsonarista. Após tentar esconder Bolsonaro da campanha, Nunes apelou para um vídeo em que o ex-presidente se mostra constrangido declarando o apoio.

Nunes ainda conta com os conselhos do deputado mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG) que teria dito ao prefeito que o crescimento de Marçal deve estancar devido ao baixo nível da campanha.

Além disso, Ferreira tenta convencer uma parcela dos influenciadores bolsonaristas a aderirem a campanha de Nunes, ecoando o ex-presidente.

No entanto, os mais radicais já se entrincheiraram ao lado de Ricardo Salles, que deixou o PL e voltou ao partido Novo, se tornando o principal detrator de Nunes após ser preterido por Valdemar da Costa Neto como candidato bolsonarista na capital.

Boulos

Apesar dos ataques baixos de Marçal - insinuando uso de drogas e com o episódio da carteira de trabalho -, Boulos teria sido o menos impactado pelo efeito Marçal na disputa, já que conta com um eleitorado já fidelizado.

Nas próximas horas, o coach terá que publicar um vídeo do psolista em suas redes com direito de resposta por causa da fake News sobre o uso de drogas.

Nas imagens, Boulos fala do impacto da mentira na vida dele e da família - uma das filhas chegou a sofrer bullying na escola por causa do ataque baixo do ex-coach ao pai.

A atenção da campanha está focado no impacto causado pela estratégia de não participar do último debate, realizado na segunda-feira (19) pela revista Veja.

Boulos precisa fazer um movimento para atrair eleitores do centro, desconstruindo a imagem de radical e, cada dia mais, colocando-se como o candidato de Lula.

A disputa se dá diretamente com Tabata Amaral (PSB), que se saiu bem nos embates diretos com Marçal e cresceu nos trackings da campanha de Nunes.

No entanto, o movimentos dos votos para a candidata do PSB tem partido especialmente da candidatura de José Luiz Datena (PSDB). 

Apesar da experiência com a comunicação e a exposição por décadas na TV e no rádio, Datena tem sido um fiasco na campanha e teve um desempenho desastroso especialmente no primeiro debate, na Band.

Com isso, o neotucano teria frustrado parte do eleitorado, que migrou para Tabata, mas flerta com Boulos.

Além da Atlas Intel, que será divulgada nesta quarta-feira (21), outras três pesquisas completam a série desta semana: Paraná Pesquisas, Fundação Escola de Sociologia e Política (Fespsp) e Datafolha.

Última pesquisa Atlas/Intel em SP

No último levantamento do instituto AtlasIntel, divulgado em 8 de agosto, Guilherme Boulos aparecia na liderança com 33% das intenções de voto, seguido por Ricardo Nunes, com 25%. 

Na sequência, os candidatos Pablo Marçal e Tabata Amaral tinham 11%, empatados tecnicamente com Datena, que aparecia com 9%. Os outros candidatos somavam 4%, com votos em branco, nulo e eleitores quenão sabuiam em quem votar ou não quiseram responder totalizando 7%.