A série de pesquisas após os debates em São Paulo, que começa a ser divulgada nesta quarta-feira (21) com o estudo da Atlas/Intel, causam apreensão nas campanhas dos principais candidatos à prefeitura da capital, que buscam antecipar o efeito Pablo Marçal (PRTB) na disputa.
Candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) é o principal afetado pela baixaria levada à campanha pelo ex-coach, que cooptou uma parcela considerável dos extremistas aliados a Jair Bolsonaro (PL), que oficialmente apoia o emedebista.
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As pesquisas internas da campanha de Nunes mostram que Marçal "roubou" 4% de seus eleitores, subindo de 14% para 18%, enquanto o atual prefeito caiu de 25% para 21%.
Os dados mostram o acirramento da disputa interna pelos votos da ultradireita bolsonarista. Após tentar esconder Bolsonaro da campanha, Nunes apelou para um vídeo em que o ex-presidente se mostra constrangido declarando o apoio.
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Nunes ainda conta com os conselhos do deputado mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG) que teria dito ao prefeito que o crescimento de Marçal deve estancar devido ao baixo nível da campanha.
Além disso, Ferreira tenta convencer uma parcela dos influenciadores bolsonaristas a aderirem a campanha de Nunes, ecoando o ex-presidente.
No entanto, os mais radicais já se entrincheiraram ao lado de Ricardo Salles, que deixou o PL e voltou ao partido Novo, se tornando o principal detrator de Nunes após ser preterido por Valdemar da Costa Neto como candidato bolsonarista na capital.
Boulos
Apesar dos ataques baixos de Marçal - insinuando uso de drogas e com o episódio da carteira de trabalho -, Boulos teria sido o menos impactado pelo efeito Marçal na disputa, já que conta com um eleitorado já fidelizado.
Nas próximas horas, o coach terá que publicar um vídeo do psolista em suas redes com direito de resposta por causa da fake News sobre o uso de drogas.
Nas imagens, Boulos fala do impacto da mentira na vida dele e da família - uma das filhas chegou a sofrer bullying na escola por causa do ataque baixo do ex-coach ao pai.
A atenção da campanha está focado no impacto causado pela estratégia de não participar do último debate, realizado na segunda-feira (19) pela revista Veja.
Boulos precisa fazer um movimento para atrair eleitores do centro, desconstruindo a imagem de radical e, cada dia mais, colocando-se como o candidato de Lula.
A disputa se dá diretamente com Tabata Amaral (PSB), que se saiu bem nos embates diretos com Marçal e cresceu nos trackings da campanha de Nunes.
No entanto, o movimentos dos votos para a candidata do PSB tem partido especialmente da candidatura de José Luiz Datena (PSDB).
Apesar da experiência com a comunicação e a exposição por décadas na TV e no rádio, Datena tem sido um fiasco na campanha e teve um desempenho desastroso especialmente no primeiro debate, na Band.
Com isso, o neotucano teria frustrado parte do eleitorado, que migrou para Tabata, mas flerta com Boulos.
Além da Atlas Intel, que será divulgada nesta quarta-feira (21), outras três pesquisas completam a série desta semana: Paraná Pesquisas, Fundação Escola de Sociologia e Política (Fespsp) e Datafolha.
Última pesquisa Atlas/Intel em SP
No último levantamento do instituto AtlasIntel, divulgado em 8 de agosto, Guilherme Boulos aparecia na liderança com 33% das intenções de voto, seguido por Ricardo Nunes, com 25%.
Na sequência, os candidatos Pablo Marçal e Tabata Amaral tinham 11%, empatados tecnicamente com Datena, que aparecia com 9%. Os outros candidatos somavam 4%, com votos em branco, nulo e eleitores quenão sabuiam em quem votar ou não quiseram responder totalizando 7%.