O Brasil ficou chocado com o caso monstruoso do qual a jovem Isabelly Ferreira Moro, de 23 anos, foi vítima no final de maio, na cidade de Jacarezinho, na região do Norte Pioneiro Paranaense. A moça caminhava pela rua com sua roupa de academia quando uma pessoa “disfarçada” com roupas largas e peruca jogou um líquido corrosivo contra sua face, que depois descobriu-se ser soda cáustica. Ela ficou internada por semanas e durante vários dias na UTI, com graves queimaduras no rosto, peito e boca. Por ter engolido parte da substância, Isabelly quase morreu.
Não demorou muito para que a Polícia Civil do Paraná chegasse à pessoa com os trajes estranhos que atacou a jovem: Débora Custódio, 22 anos, namorada de um homem que seria ex de Isabelly e por quem a autora do crime nutria um sentimento de ciúmes doentio, afirmavam os investigadores. Ela foi detida e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, tendo sido recolhida a uma penitenciária feminina do estado.
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Isabelly se recuperou de uma forma surpreendente e ficou praticamente sem nenhuma sequela visível. Deu entrevista a inúmeros veículos de imprensa e pediu justiça contra a mulher que quase tirou sua vida. Só que agora, com a conclusão do inquérito pela polícia, para ser remetido ao Ministério Público, que apresentará a denúncia ao Judiciário, uma novidade mudou tudo que até então era tido como certo na opinião pública.
Débora Custódio teria sido, na verdade, convencida após muito esforço pelo namorado, o ex da vítima, para que sua atual atacasse a antiga namorada com a soda cáustica. O sujeito, de 28 anos, que não teve sua identidade revelada, está preso em caráter preventivo desde fevereiro deste ano acusado de por roubo majorado por concurso de pessoas e emprego de arma branca. As ordens teriam sido dadas de dentro do presídio. Tudo foi descoberto após as autoridades acessarem o celular de Débora, onde os diálogos escritos e áudios estavam guardados.
"Eles conversam sobre o disfarce, sobre a peruca, sobre a roupa, como ela iria se esconder depois que praticasse o crime. Ele exerce uma pressão nela para cometer o crime. Em alguns momentos, ela diz que não vai fazer, chega a recuar na prática do crime, mas ele determina que ela faça", revelou Caroline Fernandes, delegada que presidiu o inquérito do caso.
O Ministério Público afirma que o homem preso acusado de ordenar o ataque com a substância química tinha uma verdadeira obsessão por Isabelly e um sentimento de posse em relação à ex. Ele estaria inconformado com o término do namora e então teria persuadido sua atual companheira a cometer o crime.
Tanto o acusado como Débora serão indiciados por tentativa de homicídio com as qualificadoras de emprego de recurso dificultador de defesa da vítima, uso de meio cruel, feminicídio e motivo torpe. Os dois seguem detidos.