O ano era 2019 e o então governador de São Paulo, João Doria (PSDB), compareceu a uma cerimônia na qual entregou o título de “PM Nota 10” para policiais militares considerados exemplares e que teriam ido “além do cumprimento de suas funções”. O cabo o Josias Figueira, lotado no 4° BPM/I, na cidade de Cabrália Paulista, região de Bauru, foi um dos agraciados e tal feito foi por conta de sua atuação numa escola do município durante uma ação em que impediu um adolescente de 16 anos de atacar e deixar mortos na unidade educacional, em agosto daquele ano.
Agora, passados quase cinco anos, Josias se encontra preso no Presídio Militar Romão Gomes, na capital paulista. Ele teve a prisão temporária decretada pela Vara Única de Duartina (SP) por constar como suspeito de ter assaltado uma lotérica em Cabrália Paulista, em março deste ano, numa ação que deixou um prejuízo de R$ 11 mil para o dono do estabelecimento. O caso foi investigado pela Polícia Civil e o nome do PM apareceu como um dos executores do roubo.
De acordo com a Polícia Civil, uma dupla armada entrou na lotérica bem no horário de fechamento do local, anunciando o assalto. Seus rostos estavam cobertos e os dois assaltantes entraram num carro que dava cobertura a eles nas proximidades do estabelecimento. O problema é que a placa do veículo foi registrada por câmeras de segurança e os investigadores chegaram a um idoso, que seria avô de um dos suspeitos.
Preso, o neto que pegou o veículo do avô para o roubo confessou o crime e delatou os outros dois parceiros de crime: um deles era o cabo Josias Figueira. Com o mandado de prisão em mãos, os policiais prenderam o PM, que na delegacia preferiu ficar em silêncio. Além de uma pena de prisão, o agente está sujeito ainda, se for condenado, a ser expulso da corporação.