A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (21) uma megaoperação que tem como alvo CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), policiais militares e empresários que adquiriam legalmente arsenais e farta munição para repassar tudo ao crime organizado. A ação, que até o momento já resultou em 18 prisões e em um suspeito ferido, foi desencadeada na Bahia, mas investiga bandidos com atuação também nos estados de Pernambuco e Alagoas.
Batizada de “Fogo Amigo”, a operação da PF vinha investigado há tempos o esquema multimilionário criminosos desses PMs, empresários e de pessoas que por possuírem uma autorização para comprar muitas armas aproveitavam-se do acesso a esse material perigoso e os repassava para as maiores quadrilhas de região do Nordeste que tomam cidades e explodem agências bancárias em verdadeiras ações cinematográficas de terror, apelidadas de ‘novo cangaço’.
A PF informou que a pessoa que foi baleada durante o cumprimento de um dos mandados de prisão é Diego do Carmo dos Santos, residente no bairro São Gonçalo do Retiro, em Salvador (BA). Ele teria reagido à chegada dos federais, que disparam contra o suspeito para se protegerem. Diego seria o responsável por encomendar 16 remessas de armas e munições aos investigados, num período entre janeiro de 2022 e junho de 2023.
Nos locais invadidos pela PF foram apreendidas 20 armas de fogo, a maior parte delas pistolas automáticas de calibre restrito, além de milhares de munições. Apenas em um desses paióis, também em Salvador, os agentes federais encontraram mais de 400 balas de fuzil. O dono do material ilegal foi preso em Petrolina, no sertão de Pernambuco.
Também foram apreendidos dezenas de computadores e telefones celulares. Para se ter uma noção do tamanho do esquema, um sargento da PM baiana preso pela PF nesta manhã fez, entre os anos de 2021 e 2023, compras de armas e munições no valor de R$ 1,2 milhão, algo impossível para um servidor público.
A “Fogo Amigo” foi para as ruas desses três estados com mais de 300 agentes da PF, além de integrantes do Ministério Público da Bahia e de Pernambuco, membros do Gaeco nesses dois estados. Militares do Exército também participaram da ação.