Um drama que comoveu e desesperou o Brasil, iniciado no sábado passado (4), teve um final trágico neste domingo (12). A pequena Agnes, de apenas seis meses, que desapareceu nas águas barrentas que inundam a cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, morreu. A devastadora informação foi confirmada por sua mãe, a jovem Gabrielli Silva, de 24 anos, que fez uma postagem em tom de desabafo e tristeza nas redes.
“Como muita gente não foi capaz de respeitar meu luto e meu tempo vim aqui me pronunciar... Infelizmente, a história não acabou como queria, agora este vazio da foto vai ser eterno, agora a saudade e a lembrança vão fazer morada. Agora eu não tenho uma palavra que possa descrever a minha dor porque como vou viver faltando uma peça no meu quebra-cabeça! A minha miss simpatia agora está no céu sorrindo para Deus, no colinho dele”, disse a mãe.
Gabrielli e os quatro filhos, incluindo aí os bebês gêmeos, uma menina e um menino, foram resgatados por socorristas num barco em meio à avassaladora enchente que assola o estado mais meridional do Brasil. Só que no caminho, a embarcação acabou virando e Agnes desapareceu. A mãe não revelou se a confirmação da morte da criança veio oficialmente pelas autoridades gaúchas.
“Como vou continuar caminhando sem me culpar por tudo? Sei que ninguém teve culpa! NINGUÉM! Muito menos as pessoas que se disponibilizaram em nos salvar, a todos que estavam dando a vida para nos salvar, toda minha gratidão, vocês são meus heróis... A nossa luta diária de cada segundo de angústia acabou e agora você pode descansar no colo de Deus minha vidinha. Minha tão sonhada Agnes, a mamãe NUNCA, JAMAIS, vai deixar você ser esquecida, porque onde eu puder vou levar teu nome junto a Deus... Quando te abraçava pediu para Deus não deixar nunca eu esquecer os momentos de carinho, cheirinho, beijinhos. Te amo daqui a eternidade miss simpatia, e perdoa a mamãe por não ter conseguido ter te pegado filha, perdoa a mamãe, amor, me perdoa”, escreveu Gabrielli, desolada.
A tragédia que assola o Rio Grande Sul, que permanece com boa parte do seu território ainda submerso, registra até o momento, na contagem atual das autoridades, 145 mortos e pelo menos 131 desaparecido, com mais de 800 pessoas feridas. As operações de resgate e salvamento, levadas a cabo por milhares de servidores civis e militares, de municípios, estados e da União, além de muitos cidadãos, seguem em vários pontos do estado dia e noite, sem prazo para acabar.