POLÍCIA INVESTIGA

O caso do filho que deixou o corpo da mãe muito ferido na porta da casa dos avós

História confusa e até certo ponto inacreditável intriga as polícias de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Jovem foi detido e dinâmica dos fatos ainda é um mistério

A psicóloga Simone Nascimento, de 46 anos.Créditos: Redes sociais/Reprodução
Escrito en BRASIL el

Um caso de horror e muito confuso, ocorrido no domingo (7), deixou os moradores das cidades de Três Lagoas (MS) e Andradina (SP), na região limítrofe entre os dois estados, chocados. Um jovem, cuja identidade e idade não foram reveladas, teria deixado o corpo da mãe, a psicóloga Simone Nascimento, de 46 anos, na porta da casa dos avós (pais da vítima), na cidade paulista, por volta das 20h e, após chamar os idosos na campainha, teria tentado fugir do local, sendo impedido pelo avô.

De acordo com testemunhas, Simone apresentava diversos ferimentos, como fratura exposta no joelho, afundamento de crânio e escoriações por todo o corpo. O filho estavam em claro estado de embriaguez e conduzia o automóvel da família. Policiais militares foram acionados e compareceram ao local do chamado, detendo o rapaz e exigindo dele explicações para o que havia ocorrido.

O filho da psicóloga teria dito inicialmente que estava com a mãe bebendo durante toda a tarde em Três Lagoas e que, quando resolveram ir embora, por volta das 16h, Simone resolveu abrir a porta do carro e pular do veículo em alta velocidade. O jovem parou o Chevrolet Ônix na estrada, teria recolhido a mãe e, sem qualquer explicação não a levou para um pronto-socorro, tampouco acionou o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) ou o Resgate do Corpo de Bombeiro. Ele não soube explicar o que ficou fazendo com a genitora durante essas quatro horas entre o suposto incidente e a chegada à residência dos avós, em Andradina.

Os PMs chegaram a acionar o Resgate, que levou Simone até uma UPA no município paulista, onde o óbvio foi confirmado: ela estava sem vida havia muito tempo. Diante da situação, não houve outro procedimento para o delegado de plantão da Delegacia de Polícia de Andradina que não fosse prender o filho em flagrante por embriaguez ao volante e omissão de socorro, sendo necessária ainda a abertura de um inquérito para investigar uma “morte suspeita”.

Simone atuava como psicóloga no Hospital Cassems, em Três Lagoas, e era uma pessoa muito querida por colegas de trabalho e moradores dos dois municípios. Ela completaria 47 anos na próxima quinta-feira (11) e amigos e parentes não souberam informar nada sobre qualquer problema que ela pudesse ter com o filho.

Registrado em São Paulo, o caso está a cargo da Delegacia de Andradina, que pediu a prisão preventiva do rapaz à Justiça e que a partir de agora o considera suspeito de homicídio, ainda que as verdadeiras circunstâncias da morte de Simone não tenham sido esclarecidas. Uma delegada que atua no caso, em entrevista à imprensa local, afirmou que o suspeito já teria apresentado quatro diferentes versões para o caso, se contradizendo em vários pontos de seus depoimentos.