A Fenae (a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), com o auxílio de deputados federais, entrou com um requerimento exigindo mais informações no Ministério da Fazenda para entender por qual razão o Conselho Administrativo da Caixa Econômica Federal deu início a uma análise que visa retirar as loterias da administração direta do banco estatal. Pelo modelo em estudo, a gestão desses jogos passaria para uma subsidiária da CEF.
Da verdadeira fortuna arrecada com as loterias, que no último ano representou R$ 23,4 bilhões, 40% (em 2023 foram R$ 9,2 bilhões) vão diretamente para ações nas áreas de saúde, seguridade social, esporte, cultura, segurança pública e educação, incluindo o Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal.
“Transferir as operações para uma subsidiária é abrir as portas para a privatização e colocar em risco o destino desses recursos. Se privatizadas, essa soma bilionária, atualmente revertida em benefício da sociedade, será desviada para lucro de empresários”, adverte Sergio Takemoto, presidente da Fenae.
Os deputados Tadeu Veneri (PT/PR) e Erika Kokay (PT/DF) foram os parlamentares que impetraram um pedido de informações à pasta de Fernando Haddad, a quem a Caixa Econômica Federal está subordinada. No ofício, eles fazem perguntas diretas sobre a análise que pretende retirar futuramente as loterias da gestão feita pela CEF há 60 anos. Os dois deputados articularam ainda uma audiência na Câmara Federal para discutir o tema, que foi realizada na primeira semana deste mês de abril.
Takemoto acrescentou ainda que esse primeiro procedimento que objetiva deixar o banco estatal sem a administração das loterias seria um passo inicial para uma privatização do serviço, o que, segundo ele, teria um impacto imenso na população, uma vez que a CEF é uma instituição totalmente voltada para os interesses do cidadão brasileiro.
“Desde que foi fundada, a Caixa vem se destacando como uma instituição pública, forte e, principalmente, que sempre esteve a serviço do povo brasileiro. Não podermos permitir que a Caixa seja fatiada. Como parte do maior banco público da américa latina, as loterias da Caixa destinam cerca de 40% da arrecadação para áreas como saúde, seguridade social, esporte, cultura, segurança pública e educação, incluindo programas como o Fies. São cifras bilionárias a serviço do desenvolvimento social. Se privatizada, essa soma, que atualmente é revertida em benefício da sociedade, será desviada para lucro de empresários. A Fenae continuará lutando para derrotar essa medida unilateral. Para que o maior banco público da América latina cumpra a sua missão de ser cada vez mais forte e trabalhando para o desenvolvimento da sociedade brasileira, precisamos que as Loterias sejam mantidas na estrutura da Caixa”, acrescentou o presidente da entidade.