O Conselho de Administração da Caixa (CA/Caixa) pautou para a próxima segunda-feira (15) a votação da transferência da operação das loterias para empresa subsidiária. Diante desta ação preocupante, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) reafirma seu posicionamento contra a proposta e alerta sobre os perigos da medida.
O presidente da Federação, Sergio Takemoto, explica que os mais prejudicados por essa medida não serão apenas o banco e seus empregados, mas a sociedade e a população beneficiária das políticas sociais que recebem recursos da arrecadação dos jogos. Vale lembrar que cerca de 40% da arrecadação são repassadas para áreas como saúde, seguridade social, esporte, cultura, segurança pública e educação, incluindo programas como o Fies.
Apenas em 2023, dos R$ 23,4 bilhões arrecadados, R$ 9,2 bilhões foram direcionados para essas áreas sociais. “Transferir as operações para uma subsidiária é abrir as portas para a privatização e colocar em risco o destino desses recursos. Se privatizadas, essa soma bilionária, atualmente revertida em benefício da sociedade, será desviada para lucro de empresários”, alerta o presidente da Fenae. “Transferir as loterias é comprometer o acesso da população a oportunidades de educação e desenvolvimento”, acrescentou.
A Fenae tem se mantido ativa na resistência contra essa medida desde que tomou conhecimento, por meio da imprensa, da discussão do assunto em reunião do Conselho de Administração. No dia 18 de março, a federação realizou uma manifestação em frente à matriz do banco e, no mesmo dia, enviou ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressando preocupação com a transferência da operação das loterias.
À frente desta luta, a Fenae também articulou no Congresso Nacional a realização de uma audiência pública para discutir o assunto, liderada pelos deputados Erika Kokay (PT/DF) e Tadeu Veneri (PT/PR). A audiência aconteceu no dia 3 de abril.
Em defesa da Caixa e da manutenção das loterias sob sua gestão, o presidente da Fenae engaja a todos por uma mobilização contra a transferência das loterias. “Será um dano irreparável às áreas sociais que recebem repasse da arrecadação. Por isso, é de extrema importância que os empregados da Caixa e também toda a sociedade intensifiquem as mobilizações junto aos parlamentares para se engajarem nesta luta. É um dever social”, destacou Takemoto.