A Polícia Civil do Rio de Janeiro já tem dois suspeitos para um crime que chocou o país na última semana. O assassinato com pelo menos 12 tiros do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em plena luz do dia e numa das ruas mais movimentadas da capital, a poucos metros das sedes do Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e Defensoria Pública do Estado. Trata-se de dois policiais militares.
Leandro Machado da Silva é lotado do 15º BPM, localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e é apontado pelos investigadores como o autor dos vários disparos que acertaram o advogado numa importante calçada do Centro do Rio em meio à tarde da última segunda-feira (26). As imagens de câmeras de segurança mostram o atirador, que estava encapuzado, saindo de um carro branco que já aguardava a vítima, o chamando pelo nome e, na sequência, desferindo os inúmeros disparos contra ela, quase à queima-roupa.
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Leandro é conhecido das autoridades fluminenses por ser segurança do bicheiro Vinícius Pereira Drumond, filho do histórico contraventor já falecido Luizinho Drumond, além de ocupar a vice-presidência da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. O mandado de prisão contra o PM não pôde ser cumprido, já que ele não foi localizado, o que o coloca na condição de foragido da Justiça.
As investigações apontaram que o policial suspeito de matar o advogado já figura como o principal acusado de um outro homicídio, ocorrido em Duque de Caxias, em 2020. Charles Augusto Ponciano foi executado com 17 tiros de fuzil 5.56 e a perícia realizada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) mostrou que as munições eram de um lote comprado pela Polícia Militar do Rio em 2008. A vítima, nesse caso, era ligada às milícias e teria sido morta por uma reunião que manteve com integrantes de uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas que atua no município.
Outro policial militar envolvido no caso da morte de Rodrigo Marinho Crespo, identificado como Eduardo Sobreira Moraes, que teria vigiado a rotina do advogado, também teve prisão preventiva decretada, mas igualmente não foi encontrado. Ele foi nomeado três dias após o crime para um cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj, com um salário de R$ 2,1 mil, no Departamento de Patrimônio do órgão. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado na sexta-feira (1°).