RELIGIÃO

Opus Dei: corrente conservadora católica sob suspeita de trabalho escravo

Ordem conservadora do catolicismo é alvo de denúncias ao redor de todo o mundo

San José Maria Escrivá, santo espanhol fuindador da Opus Dei, e amigo pessoal do ditado FrancoCréditos: Wikimedia Commons
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A Opus Dei, uma organização católica conservadora, está enfrentando uma série de processos legais por alegações de trabalho análogo à escravidão.

Existem pelo menos 43 denúncias contra a ordem, que sempre esteve ligada aos setores mais à direita dentro do catolicismo.

A maior parte das vítimas são mulheres que trabalharam como domésticas em países como Argentina, Paraguai e Bolívia.

Essas mulheres teriam sido recrutadas na adolescência sob falsos pretextos e depois obrigadas a trabalhar sem compensação, servindo membros e convidados do Opus Dei como faxineiras, cozinheiras e empregadas domésticas.

A maioria eram de regiões interioranas e receberam promessas de estudo e oportunidades em grandes cidades.

As vítimas acusam a Opus Dei por tráfico de pessoas, exploração e servidão, e também afirmam que a entidade é uma "seita destrutiva" em documento oficial enviado à Igreja.

Denúncias na Europa, África e América Latina

Uma reportagem do Financial Times publicada nesta semana revela novas denúncias na Europa e nos EUA tem surgido contra a Opus Dei, não somente em trabalho domésticomas em outras formas de escravidão dentro da entidade.

A matéria estadunidense entrevistou vítimas da Opus Dei que trabalharam de forma não remunerada para a organização entre 1977 a 2020 na Europa, nos Estados Unidos e na África, além da América Latina.

As mulheres exploradas exigiram desculpas, compensação e o fim de tais práticas trabalhistas das autoridades católicas, destacando a natureza enganosa de seu recrutamento e a exploração que enfrentaram.

A ordem nega as acusações e quaisquer tipo de reclamações legais de tais mulheres.

O poder da Opus Dei

Ainda que a Opus Dei seja uma entidade poderosa dentro da Igreja com forte representação na estrutura católica, o Papa Francisco tem tomado medidas para retirar o seu poder.

Documentos mostram que a CIA financiou e apoiou a expansão da Opus Dei ao longo do continente americano para combater a 'teologia da libertação' e outras correntes de esquerda da América Latina dentro da Igreja Católica, como as comunidades eclesiais de base.