A jornalista Aline Klemt, apresentadora e comentarista da TV Pampa, do Rio Grande do Sul, foi indiciada pela Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre por ter defendido, ao vivo, o extermínio da população palestina.
Durante o programa "Atualidades Pampa" que foi ao ar em 10 de outubro de 2023, baseada em uma fake news posteriormente desmentida de que integrantes do grupo Hamas teriam degolado bebês israelenses, Aline Klemt pregou o assassinato de palestinos.
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“Hoje, sinceramente, não tem outra forma, a não ser, realmente, dizimando uma população que acha que matar aleatoriamente tá tudo certo”, disse a apresentadora na ocasião.
A Polícia Civil do RS, então, foi acionada pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e abriu investigação contra Aline Klemt por injúria racial, crime equiparado ao de racismo e que pode ensejar pena de até 5 anos de prisão. Ao concluir a apuração, a delegada Tatiana Bastos indiciou a apresentadora e encaminhou o caso ao Ministério Público do RS, que decidirá se abre ou não uma ação penal.
Até o momento da publicação desta matéria, Aline Klemt não havia se pronunciado sobre o indiciamento. O espaço está aberto para eventual manifestação.
Incitação ao genocídio
Para Ualid Rabah, presidente da Fepal, entidade que denunciou o caso à Polícia Civil, a apresentadora cometeu "incitação ao genocídio" com o comentário ao vivo.
“Defesa mais do que evidente do extermínio da população palestina de Gaza, uma espécie de defesa das ações israelenses que buscavam, àquela altura, como seguem buscando, a eliminação dos palestinos do território de Gaza, seja assassinando em massa, seja deslocando toda a demografia palestina para fora das fronteiras desta parte da Palestina”, declara o dirigente.
Segundo Rabah, as declarações de Aline Klemt se inseriram no contexto de uma “propaganda de guerra disfarçada de notícia”.
“O que ela disse, inclusive com uma espécie de longa introdução à sua fala, explicando-se, justificando-se para concluir pelo extermínio palestino, acontece quando, diante da matança indiscriminada ação israelense, já era alertado que acontecia a maior matança de crianças e mulheres já vista em conflitos bélicos convencionais, ou seja, quando já era patente, porque era televisionado, que se tratava de um genocídio”, pontua Rabah.