O comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Cássio Araújo de Freitas, deu uma declaração inacreditável a respeito do absurdo caso em que um PM jogou um homem do alto de uma ponte dentro do rio, no bairro de Cidade Ademar, na Zona Sul da capital. O episódio tornou-se notícia em todo o país e gerou uma onda de repúdio à cada vez mais crescente onda de violência policial imposta pelas forças de segurança paulistas.
“Eu considero um erro básico. Um erro emocional de jogar o rapaz ali. Aquilo era quase infantil um negócio daquele. Comete um erro básico, vai ser julgado por aquilo”, disse o coronel, como se falasse de um ato banal qualquer.
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Os treze policiais envolvidos na ação foram afastados das ruas e terão que cumprir expediente na Corregedoria da PM, uma medida vista como insuficiente e totalmente frouxa diante de tamanha barbaridade. Para o mais alto oficial graduado da corporação, o ato “até pareceu uma brincadeira” se comparado com outros casos violentos cometidos por policiais militares nos últimos tempos.
“Essa do rapaz que foi arremessado eu acho que ela é bastante preocupante. Porque as demais você consegue linkar com algum início positivo da ação. Ela foge demais da normalidade daquilo que a gente faz. Parece que foi quase uma brincadeira dele ter feito aquilo ali. Porque a informação que nós temos é que eles estavam atuando, fizeram a apreensão de uma motocicleta e depois, sem nenhuma razão aparente, ele fez aquilo ali”, explicou ainda o comandante-geral.
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Nas palavras de Freitas, tudo que ocorreu ali mostra apenas um problema de ordem “emocional”, o que tem feito a PM colocar agentes mais experientes para trabalhar com os mais jovens, para torná-los mais maduros no serviço.
“Eu consigo treinar a competência emocional, mas eu não consigo ensiná-la numa cadeira escolar. Como que você treina a competência emocional? É colocando o profissional durante os treinamentos em situações difíceis. Essa capacitação emocional, ela vem com o tempo. Por isso que a gente tenta colocar um policial já mais experiente, trabalhando com os policiais jovens. Para ele continuar esse aprendizado”, falou ainda o oficial.
Segundo testemunhas, o homem arremessado no rio teria sobrevivido e estaria acompanhado de um outro. Ele teria saído do curso d’água depois da violenta atitude do PM, mas ainda não foi identificado e localizado para dar sua versão no inquérito que investigará os policiais envolvidos na abordagem criminosa.