De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil enfrenta uma carência de engenheiros: há um déficit estimado de até 75 mil profissionais nos setores de engenharia do país.
Mas esse cenário não está associado apenas à baixa formação de pessoas em cursos superiores de engenharia — que, no Brasil, é de cerca de 40 mil ao ano —; de acordo com dados do Ministério da Educação e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pelo menos 58% dos engenheiros brasileiros, depois de formados, não trabalha na sua área de formação.
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As causas da evasão e as causas da falta avistada no mercado se misturam: entre um período de investimentos mais baixos em obras de infraestrutura e desenvolvimento ao longo de 2014 e 2021 (quando a evasão em cursos de engenharia chegou a 150 mil) e a baixa integração entre instituições de ensino e o mercado de trabalho — o que acaba contribuindo com a evasão —, há uma descontinuidade entre as necessidades atuais da indústria e do setor tecnológico e a taxa de ingresso em cursos da área.
De acordo com o levantamento da CNI, a maioria dos engenheiros está concentrada na região sudeste (65%), e, de 680.526 engenheiros formados empregados, apenas 42% (isto é, 286.302) desenvolvem atividades na sua própria área de formação, o que não atende nem à demanda da indústria nem à dos profissionais.
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Atualmente, o governo federal tem investido em programas de industrialização, como o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Nova Indústria Brasil (NIB), dedicado à modernização industrial e à inovação tecnológica. Nesse cenário, a necessidade de mão de obra em setores estratégicos esbarra na carência dos profissionais de engenharia.
Desde 2022, a CNI tem investido, em conjunto aos SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), na ampliação de cursos de engenharia e na modernização das diretrizes curriculares, alinhando essas iniciativas às demandas correntes do setor industrial.