VESTIBULAR DA USP

Fuvest anuncia mudanças no vestibular a partir de 2026

Inclusão de perguntas de Sociologia, Artes, Educação Física e Filosofia e lista de livros somente de autoras da língua portuguesa estão entre as novidades 

Caderno de provas da Fuvest 2025.Créditos: Leandro Chemalle/Thenews2/Folhapress
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A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável pela elaboração e aplicação do vestibular de ingresso na Universidade de São Paulo (USP), anunciou nesta semana que irá alterar de maneira significativa a forma como a prova é elaborada, incluindo novos conteúdos e mudando grande parte das literaturas recomendadas.

O vestibular passará a cobrar mais conteúdos interdisciplinares, dividindo a prova em quatro áreas do conhecimento de forma similar ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Também serão incluídas de forma mais direta questões que envolvem o conteúdo programático das disciplinas de Filosofia, Sociologia, Artes e Educação Física.

O anúncio foi realizado pelo diretor da Fuvest, professor Gustavo Monaco, que explicou que as modificações visam adequar o programa do vestibular — relação das competências esperadas dos candidatos para cada área do conhecimento — às legislações vigentes e ao conteúdo previsto na Base Nacional Comum Curricular, estabelecida pelo Ministério da Educação.

Além disso, Monaco destaca que “a ideia é que haja uma maior aproximação do vestibular com a 'vida real', onde as disciplinas não aparecem separadas, mas interligadas”. As mudanças serão aplicadas já na Fuvest 2026, que acontece em novembro de 2025. A prova continua com 90 questões de múltipla escolha na primeira fase e com a prova dissertativa na segunda fase.

O professor Gustavo Monaco, diretor da Fuvest (Foto: Leandro Chemalle/Thenews2/Folhapress)

Segundo a Fuvest, a ideia está alinhada ao que define a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e dividirá a prova nas quatro áreas do conhecimento exploradas pelo Enem e outros vestibulares nacionais: matemática, linguagens, ciências humanas e ciências da natureza. Embora o diretor da Fuvest tenha declarado que o objetivo não é deixar a Fuvest mais parecida com o Enem, essas mudanças deverão ser positivas para os estudantes organizarem seus estudos. 

Outra mudança significativa, anunciada anteriormente, é a lista de leituras obrigatórias que passa a contar somente com obras escritas por mulheres autoras da língua portuguesa. 

Entre as edições de 2026 e 2028 do exame, os vestibulandos vão precisar ler os livros das escritoras brasileiras e estrangeiras: Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.

Para o Vestibular 2026, que ocorre no final de 2025, a lista de livros obrigatórios será a seguinte:

    • Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
    • Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
    • Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
    • Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
    • O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
    • As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
    • Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
    • Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
    • A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

Essa é a maior mudança de estrutura da Fuvest em mais de 20 anos. Nos anos 90 a primeira fase era aplicada em 2 domingos, contendo 4 disciplinas e 80 questões de múltipla escolha em cada prova.

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