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Efeito Trump: 230 mil brasileiros podem ser mandados de volta ao Brasil

Cumprida promessa de campanha 230 mil brasileiros irregulares nos EUA podem ser deportados nos próximos meses

Créditos: Michael Vadon, CC BY-SA 4.0 , via Wikimedia Commons
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Ninguém pode dizer que o recém eleito presidente dos Estados Unidos Donald Trump não avisou. O líder de extrema direita passou a campanha anunciando que seu alvo principal são os imigrantes ilegais, que iria varrê-los dos Estados Unidos.

Ainda assim, como insetos que elegem o inseticida, latinos deram ampla maioria a Trump nas urnas.

Se tinham esperança de que tudo o que ele dizia fosse apenas discurso, podem arrumar as malas, porque em seu discurso de vitória ele voltou ao tema:

 

“Vamos ajudar nosso país a se curar. Temos um país que precisa de ajuda e precisa muito. Vamos consertar nossas fronteiras, tudo no nosso país.”

São 230 mil os brasileiros irregulares nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS em inglês). Os dados são de 2022 e colocam o Brasil na oitava posição no ranking dos irregulares:

 

  1. mexicanos são mais de 4,8 milhões; 
  2. 750 mil guatemaltecos; 
  3. 710 mil salvadorenhos; 
  4. 560 mil hondurenhos; 
  5. 350 mil filipinos; 
  6. 320 mil venezuelanos; 
  7. 240 mil colombianos;
  8. 230 mil brasileiros.

 

Caso sejam forçados a retornar, os brasileiros regressarão ao território nacional a partir de Belo Horizonte. O Aeroporto Internacional de Confins é o destino de todos os voos com deportados no país. 

Em balanço  feito pela BH Airport, concessionária que administra o terminal, foram 24 voos e 2.672 pessoas enviadas de volta ao Brasil entre janeiro de 2023 e setembro deste ano.

Confins é o Aeroporto estratégico por Minas Gerais ser um estado destacado nas operações de migração ilegal para os Estados Unidos.

Para o professor da PUC Minas e do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito da UFMG José Luiz Quadros de Magalhães, Trump deve cumprir mesmo suas promessas mais coléricas.

 

“Houve muita retórica [no primeiro governo Trump], a questão da construção do muro, por exemplo. Toda a retórica não se transformou em realidade, mas, infelizmente, para muita gente, famílias de imigrantes e crianças, parte do discurso se tornou real de maneira horrorosa. Um dos eventos que a gente pode recordar foi a separação de crianças de seus pais numa total insensibilidade, numa ação que recorda os piores governos ditatoriais e autoritários pelo mundo afora. Se Trump teve alguma dificuldade na implementação de suas vontades políticas, essa dificuldade não ocorrerá dessa vez porque ele conhece melhor a máquina pública."

 

 

 

 Com informações do Estado de Minas

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