METRÔ DE SÃO PAULO

Linha vermelha do Metrô de SP com velocidade reduzida gera transtornos

Demora para chegada de trens, paradas longas, estações lotadas: sucatear para privatizar

Estação Barra Funda do Metrô lotada.Créditos: Reprodução de Vídeo
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O paulistano que é obrigado a se deslocar da Zona Leste para a Zona Sul da cidade pela Linha Vermelha do Metrô de São Paulo sofre mais uma vez com transtornos e atrasos. Os trens operam nesta terça-feira (26), com velocidade reduzida.

O tempo de parada entre as estações chega a 20 minutos. Quando os trens chegam, há uma lotação imediata, que deixa uma quantidade enorme de gente para trás sem conseguir embarcar, além de uma demora de partida em torno de 30 minutos.

Na estação Barra Funda, na zona oeste, há uma grande concentração de passageiros no mezanino que não conseguem descer para a plataforma em razão da lotação. Os usuários reclamam de falta de informações por parte da empresa.

Segundo o Metrô, uma interferência na via na região da estação Tatuapé está provocando os atrasos. As falhas no sistema começaram a ser sentidas a partir das 6h40 da manhã. A empresa afirma que uma equipe de manutenção atua para detectar e reparar o problema.

A falha provoca um efeito cascata em toda a linha, que deixa todas as estações lotadas com passageiros sem saber o que fazer para chegar aos seus destinos.

O Metrô apresentou como alternativa a transferência gratuita para as linhas da CPTM entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera.

"O Metrô está trabalhando para normalizar a circulação dos trens e pede desculpas aos passageiros pelos transtornos provocados", afirmou em nota a companhia.

Sucateamento

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pretende privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM até o final de seu mandato, em 2026. Por conta disso, em maio de 2023, o Grupo Frente Povo Sem Medo protestou contra o sucateamento do serviço oferecido à população. 

Muitos dos metroviários alertam que o sucateamento do metrô faz parte de um movimento político para criar um ambiente favorável de concessão do serviço à iniciativa privada.

Atualmente, as linhas 8 (Diamante), 9 (Esmeralda), 4 (Amarela) e 5 (Lilás) já estão privatizadas e são operadas pelo Grupo CCR. A Linha 7 (Rubi) foi leiloada e será a próxima a ser privatizada. 

Segundo Tarcísio, a iniciativa privada é mais eficiente do que o setor público.

O Metrô de São Paulo, no entanto, um dos maiores do mundo e o mais moderno da América Latina, sempre ofereceu um serviço de excelência. De 2019 para cá, uma política neoliberal mais agressiva provocou a queda nos investimentos, além de milhares de demissões.