Em sua edição de hoje, a Folha divulgou a relação de alguns artistas que foram beneficiados por programas de isenções fiscais ou outros incentivos pelo governo federal. No caso, especificamente do Perse, um programa criado no governo Bolsonaro durante a pandemia para beneficiar empresas de eventos prejudicadas pelo isolamento obrigatório da Covid 19.
Listou artistas que se beneficiaram dessa isenção, como Luísa Sonza, Felipe Neto e Gusttavo Lima, entre outros.
Mas se a Folha aponta o dedo para os artistas, "esquece" de dizer que ela também é beneficiada por isenções fiscais, que incluem, por exemplo, a desoneração da folha (com "f" minúsculo e maiúsculo também), criada ainda no governo Dilma para incentivar a geração e manutenção de empregos nas empresas.
A Folha (como também Globo, Record, SBT...) se beneficia disso.
A família Frias, do conglomerado Folha / Uol / PagBank, que faz coro pelos cortes sociais, também embarcou no trem da alegria. Somente a Folha da Manhã S.A., que edita o jornal do grupo, deixou de pagar R$ 6,9 milhões com a desoneração da folha no período divulgado.
A Compass.Uol Teconologia, que atua na área de Inteligência Artificial para outras empresas e que pertence à família Frias, deixou de recolher outros R$ 30 milhões.
Esses são dados levantados até o momento, que podem sofrer atualização, pois é enorme o número das isenções e das empresas que delas se beneficiam, e grupos, como o conglomerado da Folha, possuem várias empresas.
Por que a Folha expõe os artistas mas não abre seus benefícios? Mais, por que a Folha não mostra que está cumprindo sua parte na desoneração e gerando empregos, quando o que vemos é demissão de jornalistas, como o recente desmonte do jornalismo do SBT, com mais de 200 profissionais demitidos, quando a empresa foi desonerada em R$ 20 milhões?
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