Bolsonaristas realizaram neste domingo (17) um protesto silencioso na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, pela anistia aos golpistas condenados e investigados pelos atos antidemocráticos no país entre o final de 2022 e início de 2023.
Cartazes com foto, nome e sentença aplicada aos condenados pelo levante golpista de 8 de janeiro, escritos em inglês, foram colocados na areia da praia. O objetivo dos manifestantes era chamar a atenção de chefes de Estado e líderes mundiais que estão no Rio para participar da Cúpula do G20, realizada entre esta segunda (18) e terça-feira (19).
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Entre investigados e condenados por atos antidemocráticos estampados nos cartazes, estavam figuras como o blogueiro Allan dos Santos, que mora nos Estados Unidos e é considerado foragido pela Justiça brasileira, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que foi preso e firmou acordo de delação premiada.
Apesar do apelo, o protesto bolsonarista não comoveu ninguém. Até o momento, nenhum chefe de Estado que participa do G20 se pronunciou sobre a manifestação pela anistia aos golpistas na Praia de Copacabana. A única repercussão do ato jocosa. Nas redes sociais, o protesto virou piada e memes.
Confira:
O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 265 pessoas em decorrência dos atos de 8 de janeiro. Desse total, 223 foram responsabilizadas por crimes mais graves, relacionados à depredação do patrimônio público, enquanto outras 42 foram condenadas por crimes mais leves, ligados à incitação ao golpe após a recusa em firmar acordos. Além disso, o STF homologou acordos com 476 acusados e absolveu quatro pessoas.
Atentado em Brasília: bolsonaristas consideram ação ‘enterro da anistia’
Um tiro no pé. Esta foi a reação geral das hostes bolsonaristas ao atentado provocado por Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, conhecido como Tiü França. Ele morreu após tentar explodir uma estátua na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no início da noite desta quarta-feira (13).
A sensação é a de que, se havia alguma possibilidade de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, com a ação tresloucada do sujeito, que foi candidato a vereador em 2020, pelo PL de Rio do Sul (SC), ela foi por água abaixo.
O jornal Folha de S. Paulo teve acesso a mensagens trocadas por deputados bolsonaristas em dois grupos de WhatsApp logo após o atentado. O comentário geral era de que Tiü França acabou mesmo foi atrapalhando.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou que o autor seria mesmo um ex-candidato a vereador pelo PL: "Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp."
O deputado Capitão Alden (PL-BA), por sua vez, respondeu: "lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia". "Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum", disse.
Já o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu "se tentou ajudar atrapalhou". "Agora o Xandão vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’".